A decisão de passar pela sala de operações para conseguir um número maior de soutien, uma resolução de ano novo para muitas mulheres, deve basear-se num descontentamento com a imagem que o espelho nos devolve e num desejo pessoal e profundo de querer melhorá-la. Às vezes, as mulheres procuram cirurgiões e operações deste tipo porque querem agradar os namorados ou os maridos que olham constantemente para outras mulheres.
Há que ter em conta que a cirurgia não vai alcançar os resultados desejados. Mesmo que ponham um tamanho gigante, os seus companheiros continuarão a olhar para outras mulheres. Têm de pensar em gostar de si mesmas, para que o resultado seja satisfatório. As mulheres que estão a pensar submeter-se a um aumento mamário devem também ter em conta a sua saúde e avaliar o novo volume que vão ter.
Os implantes mamários são um peso adicional para o eixo da coluna vertebral e, quanto mais volume for implantado, maior será o efeito da gravidade que, mais tarde ou mais cedo, acabará por fazer a mama descair. Veja também os problemas que a estética avançada tem conseguido corrigir.
Que tamanho escolho?
Escolha o tamanho procurando sempre uma proporção entre a sua altura, largura de ombros e largura das ancas. O ideal é aproximar-se o mais possível das já quase míticas medidas 90-60-90. De qualquer maneira, a harmonia corporal é o mais importante. Porque um tamanho de peito 95 não é igual numa pessoa com 1,80 metros de altura e noutra com 1,55.
Como preparar-se
O primeiro passo é estar muito bem informada. Não fique com nenhuma dúvida. Nas primeiras consultas pergunte tudo aquilo que quer saber, por muito trivial que possa parecer-lhe à primeira vista. Depois de conhecer os detalhes da intervenção, incluindo os riscos que engloba, ser-lhe-á pedido que faça exames pré-operatórios, nomeadamente uma análise ao sangue, um eletrocardiograma e/ou uma mamografia. Tudo isto é necessário para minimizar os riscos da operação.
Também é conveniente receber alguma preparação psicológica. Ao fim ao cabo, vai submeter-se a uma mudança de imagem importante e não deve tomar a decisão de ânimo leve. É importante que esteja segura dessa decisão e que tenha plena confiança no médico. Por outro lado, é de grande importância que quem se submete a um aumento mamário entenda que se está a falar não só de estética mas também de uma palavra de maior peso: cirurgia. E há que valorizá-la.
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Técnicas de aumento mamário e tipos de implantes
Quanto à técnica, a tendência é, evidentemente, procurar a máxima naturalidade e descrição, ou seja, que se note o menos possível que se fez uma operaçãoplástica. Para isso, apesar de se usarem vários métodos, actualmente, os preferidos dos cirurgiões são:
- A via axilar
A incisão para introduzir a prótese é realizada a nível da axila, pelo que o peito fica sem cicatriz. Com esta técnica, o acesso faz com que seja mais fácil colocar próteses redondas.
- A via submamária
Faz-se a incisão no sulco que fica por baixo da mama, por onde se introduz a prótese, colocando-a, preferencialmente, por trás do músculo peitoral. De acordo com Francisco Melo, cirurgião plástico, neste tipo de cirurgia, usa-se uma técnica denominada dual-plane. «No fundo, consiste em colocar o implante numa bolsa parcialmente sub-mamária no pólo inferior e submuscular no pólo superior».
«Permite uma menor taxa de complicações, com resultados mais consistentes, mesmo em situações em que já há uma ptose (queda dos tecidos), sendo que quando executada correctamente não tem necessidade de colocação de drenos. O pós-operatório também tem menos limitações mas este não é um factor determinante na escolha da técnica», explica o especialista.
- A via areolar
A incisão realiza-se no rebordo inferior da aréola e deixa uma cicatriz dissimulada nos limites escuros da mesma. Para além disso, como a pele desta zona é muito fina, cicatriza muito bem. Quando não se pode realizar a intervenção por esta via, por a aréola ser muito pequena ou apresentar secreções no mamilo, costuma recorrer-se à via submamária, pois também resulta numa cicatriz bastante discreta.
Os diferentes tipos de implantes
As próteses mais procuradas são as de silicone redondas ou anatómicas (em forma de lágrima ou gota). «Os implantes mais recentes são de gel de silicone coesivo, anatómicos (em gota ou de forma estável) e com uma superfície rugosa ou texturada», explica Francisco Melo. Atualmente, também é possível realizar o aumento mamário com lipofilling, uma técnica que consiste em implantar gordura da própria paciente ou um tipo específico de ácido hialurónico (Macrolane). Mas os seus resultados não são duradouros.
Outros pormenores a ter em conta
Apesar de ser uma operação segura, existe sempre a possibilidade de surgirem algumas complicações. Francisco Melo, cirurgião plástico, destaca as seguintes:
- Imediatas
«Surgem no pós-operatório, como hematomas e infecções, sendo que estas últimas são raras e dependem das condições em que é feito o procedimento e da qualidade das próteses».
- Tardias
«Resultam da resposta da membrana que envolve a prótese (cápsula), que, por vezes, contrai, causando desde uma maior firmeza até uma deformação da mama. Nas situações mais graves, tem que ser feita a correção cirúrgica de modo a poder dar mais espaço ao implante».
Texto: Madalena Alçada Baptista com Francisco Melo (cirurgião plástico)
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