Cada vez mais recebo pacientes, tanto mulheres, como homens, que querem resolver o problema das olheiras. Vivemos numa sociedade com rotinas cada vez mais preenchidas e exaustivas o que acaba por se repercutir no visual das pessoas. Um dos primeiros indícios desta azáfama quotidiana é precisamente o aparecimento de olheiras que faz com que o rosto perca a luminosidade, dando-lhe um aspeto envelhecido.
A acrescentar ao tema há o facto de vivermos numa era cada vez mais digital, com a utilização de fotografias de forma instantânea e ainda as selfies. Há também uma maior procura pelo bem-estar e cuidados físicos com o corpo, algo a que se tem assistido de forma mais demarcada nos últimos anos.
Com estas premissas, há obviamente uma tendência para que as pessoas procurem sentir-se bem consigo próprias e aspirem a alterar aquilo que as deixa desconfortáveis. Os pacientes têm uma noção muito aproximada do seu visual e o que não lhes agrada num ideal de face saudável e rejuvenescida.
Posto isto, as olheiras são marcas que se alojam ao redor dos olhos, mais frequentemente abaixo dos olhos. Regra geral acabam por contrair uma cor arroxeada ou negra dado que a pele ao redor dos olhos é muito fina e transparente e, por ser uma região bastante irrigada a nível sanguíneo, a zona acaba por escurecer. Não obstante, existem vários tipos de olheiras além das de tons escuros, como as bolsas (devido à flacidez da pele), os sulcos e ainda as rugas.
Ao longo da minha experiência profissional, foi possível concluir que nem só as pessoas que dormem mal ou descansam pouco contraem olheiras. Há também fatores genéticos hereditários a ter em conta quando falamos de olheiras tais como os relativos ao tipo de pele e ainda à circulação sanguínea.
Neste sentido, aconselho sempre o agendamento de uma consulta de avaliação realizada por um médico-cirurgião devidamente certificado que poderá ajudar a definir os tratamentos ou cirurgia mais adequados a cada caso e consoante o seu historial clínico e familiar.
No caso de olheira associada a sulco, existem soluções como o preenchimento com ácido hialurónico que, como o nome indica, acabam por preencher o sulco, harmonizando a face. Este tratamento pode ser dividido em várias sessões e pode durar entre 1 a 2 anos.
Quanto à coloração da olheira, o peeling ou o laser são os tratamentos que nos ajudam a diminuir a sua cor visto que eliminamos a camada mais externa da pele o que faz com que se desenvolva uma nova camada de pele mais clara e mais firme levando a um rejuvenescimento cutâneo na zona. Habitualmente são necessárias 2 a 3 sessões por mês de acordo com a necessidade do paciente.
Uma vez que já referi a questão da circulação sanguínea em relação à olheira escura, também a carboxiterapia é aconselhada nestas situações. Trata-se de uma técnica que permite aplicar doses controladas de dióxido de carbono sob a pele levando à melhoria da circulação e fluxo sanguíneo e à oxigenação dos tecidos. O tratamento dura 10 a 20 minutos e poderá ser dividido por várias sessões.
Para solucionar o problema das olheiras de forma definitiva, nomeadamente as olheiras com bolsa, aconselho já a realização de uma blefaroplastia inferior personalizada. Trata-se da cirurgia da pálpebra e consiste no rejuvenescimento das pálpebras através de excisão de pele e gordura que, neste caso concreto, será da pálpebra inferior. Neste procedimento cirúrgico utilizamos anestesia local com ou sem sedação, e a nível de cuidados pós operatórios é aconselhada a colocação de gelo localmente e poderá retomar a rotina ao fim de 4 a 5 dias. Como os resultados da blefaroplastia são definitivos, eliminamos o olhar cansado e o aspeto envelhecido, surgindo um rosto fresco e equilibrado.
De uma forma geral existem diversos procedimentos para a resolução das olheiras que proporcionam uma face mais rejuvenescida e harmoniosa e que se adatam consoante as expectativas dos pacientes.
Um artigo do médico David Rasteiro, especialista em Cirurgia Plástica, Estética e Reconstrutiva.
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