Depois de tomar o gosto pelo descanso e pelos momentos de ócio, como sucede nos períodos de férias e em alturas de feriados e pontes, pode ser complicado voltar aos velhos hábitos do dia a dia. Por isso, há que criar alternativas e contornar o desejo de largar tudo e fugir com pequenos rituais que simulem a tranquilidade e paz desses meses e dessas semanas, como se estivesse num spa sem sair de casa.

«Um banho de imersão é, nos dias de hoje, uma das melhores formas de relaxar e reduzir os níveis de stresse. A água quente ajuda a apaziguar, a temperatura corporal aumenta, há libertação de melatonina e a qualidade do sono melhora, recomenda a farmacêutica e consultora científica na área de dermocosmética, Ana Nunes, num artigo da revista Saber Viver.

Mas o banho tem as suas particularidades e não deve ser usado sem reservas só para alhear o corpo e a mente da realidade. Além de relaxar e eliminar a sujidade que se acumula à superfície da pele é uma necessidade de higiene e de estética. «A pele é uma barreira que protege o organismo do meio ambiente face a agressões mecânicas, radiação solar, substâncias nocivas e por aí fora», esclarece a farmacêutica.

«É um órgão metabolicamente ativo, em renovação contínua, que respira e segrega suor, pelo que a higiene facial e corporal devem eliminar a sujidade respeitando a sua normal fisiologia e funções. Contudo, uma higiene excessiva pode prejudicar o seu normal funcionamento», explica ainda. Crie um ambiente de spa em casa e faça do momento do banho uma experiência zen e cheia de benefícios para a pele.

Depressa ou devagar?

A escolha entre um banho de imersão ou duche depende única e exclusivamente de preferências pessoais, uma vez que ambos cumprem o mesmo objetivo, limpar a pele. Tal como explica Ana Nunes, «no duche, a limpeza conseguida é mais rápida, pois os produtos de limpeza aplicados são arrastados pela água, que está em contínua renovação».

O banho de imersão, muitas vezes escolhido com o propósito de constituir um verdadeiro momento de relaxamento, demora mais tempo. Mas como na maioria dos casos é demasiado prolongado pode desidratar a pele. Esta ação pode ser contrariada através da adição de óleos essenciais à água do banho. Em função do óleo escolhido pode energizar, acalmar, melhorar o humor e por aí fora…

«Alguns dos constituintes destes óleos têm ainda uma atividade hidratante e nutritiva, sendo um complemento de beleza e bem-estar», adverte a consultora científica na área de dermocosmética. Tenha, contudo, atenção porque, se no final do banho não passar a pele por água limpa, corre o risco de acumular resíduos de produtos ou mesmo sujidade, o que acaba por ser prejudicial à epiderme.

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Como é o banho ideal?

Com a ajuda de Ana Nunes, reunimos aspetos fundamentais para aliar higiene e cuidado da pele. Tome nota:

- «Por norma, o banho deve ser diário e rápido, durando 10 a 15 minutos no máximo, com água não muito quente, cerca de 37º C», defende a especialista.

- «Devem ser escolhidos produtos adaptados ao banho, com um pH compatível, com capacidade de limpeza e que respeitem a fisiologia cutânea. Estes produtos estão adaptados para o uso diário em pele sã», sublinha a consultora científica na área de dermocosmética.

- «Os produtos cosméticos de limpeza podem ser irritantes para a pele, deixando resíduos que podem estar na origem de prurido e alergia, motivo pelo qual devem ser enxaguados», adverte Ana Nunes.

- «O número de banhos e a intensidade dos mesmos variam em função do indivíduo, da sua atividade profissional, prática de desporto ou ainda se transpira muito ou não», esclarece a especialista.

- «Tomar banho em excesso provoca alterações ao nível da pele, pois esta perde parte da sua barreira e microrganismos benéficos, estando mais propensa ao aparecimento de secura, desnutrição e irritação cutânea», conclui a farmacêutica.