L'Oréal Paris

“Ninguém está a fazer nada”. Esta são palavras que, provavelmente, já nos ocorreram em diferentes situações sociais. Um tipo de pensamento que tem um nome: designa-se efeito espetador. Na prática, quanto mais pessoas assistem a uma situação, maior a probabilidade de que ninguém atue.
Há que saber romper com este paradigma. A palavra certa para tal é “ação”. No caso vertente, aquela que nos leva a agir face à vítima de assédio em locais públicos. Na realidade, quando vemos alguém cair, ou deixar algo cair nas ruas, instintivamente ajudamos. Por que não temos a mesma reação quando vemos alguém a ser assediado?

Assédio: uma realidade com impacto emocional e social
Infelizmente, o assédio é uma realidade que afeta profundamente as mulheres em todo o mundo, especialmente as mais jovens. Uma verdadeira barreira para que caminhem com liberdade e confiança nas ruas, nos seus mais diferentes contextos.
Uma realidade com números palpáveis e eloquentes: um estudo internacional realizado pela L’Oréal Paris e a Ipsos em 2023 (1) revelou que 79% das mulheres entre os 18 e os 35 anos afirmaram já ter sido assediadas em espaços públicos. O mesmo estudo indica-nos que uma parcela significativa – 59% dos homens e 53% das mulheres – na mesma faixa etária acredita que o comportamento ou a aparência das mulheres são responsáveis pelo assédio que sofrem. Não raro, as mulheres acabam por se culpar por serem assediadas, quando na verdade a culpa nunca é delas.
O assédio em locais públicos nem sempre é fácil de identificar. Muitas vezes, é subtil e enganador.
Estes dados não só evidenciam uma visão distorcida sobre o problema, como também demonstram a urgente necessidade de educar e sensibilizar para a realidade do assédio. Este, além do impacto emocional influi no percurso académico e profissional das mulheres: 19% afirmam que esta realidade afetou negativamente os seus estudos, e 30% já recusaram oportunidades de emprego por receio de serem alvo de comportamentos abusivos.
Uma realidade que vai contra os valores do empoderamento da mulher que estão no ADN da L’Oréal Paris.
O programa Stand Up, um caminho para a ação
A L’Oréal Paris enquanto marca feminina e feminista, juntou-se à Right To Be, uma ONG especializada na luta contra todo o tipo de assédio, para criar uma formação simples e acessível a todas as mulheres e homens que não sabem como agir numa situação de assédio. Uma formação para quem é assediado, mas também para as pessoas que observam uma situação de assédio.
Assim, no ano de 2020 nasceu o programa Stand Up Contra o Assédio em Locais Públicos. Trata-se de um programa que contribui para uma cultura de respeito, dignidade e valor, através da metodologia dos 5D (Distrair, Delegar, Documentar, Dirigir-se ao assediador, Dialogar), desenvolvida pela Right To Be.
Olhemos para cada um dos 5D:
Distrair é uma forma indireta de “empatar” o que está a acontecer.
Delegar passa por chamar a atenção de alguém que esteja próximo para o que se passa. Pergunte-lhe se existe algo que possa fazer naquela situação
Documentar leva-nos a observar e testemunhe, escrever ou filmar o assédio e fornecer o vídeo à vítima.
Dirigir-se implica abordar a pessoa que está a ser assediada e mostrar o apoio de que necessita.
Dialogar pede-nos que falemos alto e convidemos o assediador a ir embora. Mas, lembre-se, a sua segurança e a segurança da pessoa que está a ser assediada vêm em primeiro lugar.
Dez minutos do nosso tempo é quanto basta para nos juntarmos a este movimento global ao participarmos online na formação Stand Up. Um programa já partilhado por mais de três milhões de pessoas em todo o mundo. É a hora da ação.
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