Sabia que uma em cada três crianças portuguesas tem excesso de peso? Crianças portuguesas entre os 6 e os 8 anos tinham excesso de peso, das quais 13,5% apresentavam obesidade, segundo o relatório da Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil (COSI) da Organização Mundial de Saúde. Globalmente, existem 160 milhões de crianças obesas, o equivalente ao 10º maior país do mundo. A obesidade infantil não é apenas uma questão estética, mas um problema de saúde pública com repercussões graves a longo prazo, aumentando o risco de depressão e doenças cardiovasculares.
Sabendo que as escolas desempenham um papel fundamental na promoção da saúde como locais onde se podem incutir hábitos alimentares equilibrados, atividade física e rotinas de repouso adequadas, o ex-futebolista Luís Figo desafiou a Egas Moniz School of Health and Sciente, em parceria com a Porto Editora e com o apoio da Direção-Geral de Educação e da Câmara Municipal de Almada, a enfrentarem esta preocupante realidade. Assim, nasceu o projeto “Jogar na Linha”, que visa incentivar hábitos de vida saudáveis em crianças dos 6 aos 10 anos, envolvendo também escolas e famílias.
O projeto, que avalia fatores como a adesão à dieta mediterrânica, os níveis de atividade física e os padrões de sono, promovendo sessões educativas e desafios práticos, arrancou com um programa-piloto em escolas de Almada, com a intenção de alargar a sua aplicação a outras regiões. Através de uma abordagem baseada na recolha e análise de dados para compreender padrões e fatores de risco associados ao excesso de peso infantil, a estratégia do “Jogar na Linha” inclui a capacitação das comunidades escolares, autarquias, direções escolares e associações locais, assim como a criação de recursos educativos que possam ser replicados.
Além das atividades escolares, o projeto aposta na divulgação de materiais educativos e na promoção da sensibilização para a prevenção da obesidade infantil. O concurso de projetos escolares, integrado na plataforma Escola Virtual da Porto Editora, incentiva a reflexão sobre desafios sociais e o desenvolvimento de competências como pensamento crítico e colaboração.
Considerando também o papel central das famílias na definição dos hábitos das crianças, o projeto inclui os pais e encarregados de educação em atividades que reforçam a importância do seu contributo para a criação de rotinas saudáveis. Afinal, a sensibilização das famílias é essencial para garantir que os bons hábitos ultrapassem o contexto escolar e sejam incorporados no quotidiano das crianças.
A criação de um ambiente saudável nas escolas e em casa é essencial para a eficácia destas iniciativas. Projetos que promovem ativamente medidas preventivas demonstram que, quando há uma intervenção estruturada e colaborativa, é possível influenciar positivamente os hábitos de vida das crianças. Ao envolver diversos agentes educativos e sociais, a abordagem reforça a ideia de que a prevenção da obesidade infantil deve ser uma responsabilidade partilhada e contínua.
A promoção da saúde e o combate à obesidade infantil exigem um compromisso coletivo que envolva famílias, escolas e comunidades. Medidas paliativas não são suficientes; é necessário investir na educação, na prevenção e na formação de hábitos saudáveis desde cedo. A adoção de um estilo de vida equilibrado deve ser promovida através do conhecimento e da prática diária, garantindo um impacto duradouro na saúde das crianças.
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