Um grupo de investigadores da Universidade do Minho desenvolveu um boné sem fios capaz de fazer eletroencefalogramas. Composto por uma bateria e um chip para medir as ondas cerebrais (sem necessidade de aplicar gel como no exame convencional), o protótipo inclui ainda um sistema de transmissão que permite enviar os resultados das medições em tempo real para o telemóvel. Além de possibilitar aos doentes com epilepsia fazer o eletroencefalograma em qualquer altura, sem precisarem de se deslocar ao hospital, também permite transmitir facilmente os resultados do exame às entidades de saúde são as principais potencialidades.
Poderá vir a ser utilizado em certas profissões, como camionistas, para emitir um alerta caso adormeçam ao volante. Denominado My Brain, é um dos resultados do programa My Heatlh e um dos quatro projetos do Do IT, que tem como objetivo a criação de tecnologias para a saúde, dando mais um passo no estudo das doenças neurológicas.
O dispositivo, que foi divulgado publicamente no início do segundo trimestre deste ano e que já despertou o interesse de uma empresa internacional, podendo chegar ao mercado num prazo de dois a três anos, «tem elétrodos de contacto com a cabeça da pessoa que não precisam de qualquer tipo de preparação. São eléctrodos secos. 32 canais. Ponto de aquisição», descreveu o investigador Francisco Pinho, em declarações à Rádio Renascença.
«O sistema é baseado num microcomputador, tal como o usado em muito telemóveis de hoje em dia. Tem um sistema operativo. Faz a leitura dos sinais de mil amostras por segundo e faz o processamento online com a detecção de eventos, nomeadamente, para a epilepsia», acrescenta o especialista. A leitura do electroencefalograma é enviada em tempo real para o telemóvel aumentando, assim, a capacidade de diagnóstico e diminuindo o tempo útil de intervenção.
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