David Burns tem 38 anos e diabetes tipo 1. Com o receio da falta de insulina - um fármaco que lhe permite viver sem os sintomas da diabetes - esconde em casa um verdadeiro arsenal farmacêutico.
São medicamentos que lhe permitirão controlar a doença - que no seu caso é de origem genética - pelo menos durante os próximos meses.
Como ele há centenas de outros britânicos a procurar nas farmácias o maior número possível de fármacos para várias doenças, desde a hipercolesterolemia à diabetes. Temem o cenário pós-Brexit.
A falta de acordo entre a União Europeia e o Reino Unido sobre a relação comercial após o desmembramento daquele estado-membro do bloco comunitário está a elevar o grau de incerteza económica e social.
As fotos de David Burns e o seu "arsenal químico"
Há 3,7 milhões de diabéticos no Reino Unido, incluindo a própria primeira-ministra, Theresa May. A maioria dos ingleses depende inteiramente da importação de insulina do continente europeu.
O cenário de ausência de acordo com a União Europeia sobre as modalidades do Brexit está a forçar os fabricantes de medicamentos a prepararem-se para regras diferentes de acesso ao mercado britânico.
45 milhões de fármacos por mês
De acordo com a Federação Europeia das Indústrias e Associações, todos os meses cerca de 45 milhões de medicamentos vão para o Reino Unido.
Os últimos dados do Eurostat, divulgados em dezembro e relativos ao período entre janeiro e outubro de 2018, mostram que mais de metade das exportações britânicas têm como destino países extra a UE, ao contrário de Portugal, por exemplo, que exporta apenas 24% para fora da UE.
Também do lado das importações, o Reino Unido importa 53% de países intra-UE, enquanto Portugal importa 76% de países intra-UE, por exemplo, o que traduz uma dependência muito maior.
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