“O objetivo desta campanha é de inteirar as pessoas de que a Casa Magalhães existe. É uma campanha de marketing, mas também, quando alguém faz um donativo, já tomou essa decisão. Dando o primeiro dólar, podem dar um segundo ou terceiro ou quarto. A ideia é incentivar as pessoas a fazerem um donativo”, afirmou Manuel da Costa, presidente da direção da organização Magellan Community Charities, que vai construir o centro Magalhães em Toronto, denominado ‘Magellan Casinha’.
A instituição lançou esta quarta-feira à noite, no Consulado Geral de Portugal em Toronto, a campanha de angariação de fundos ‘Magellan Casinha’, uma campanha de angariação de fundos que pretende envolver “toda a comunidade portuguesa na região de Toronto”.
A campanha consiste na distribuição de mais de 500 mealheiros de modelos do centro Magalhães em miniatura, que serão distribuídos nos estabelecimentos portugueses na Grande Área de Toronto, ficando acessíveis a toda a comunidade, que pode contribuir em numerário ou através de um código QR disponível na ‘casinha’.
Este será o primeiro lar de cuidados continuados para idosos de língua portuguesa em Toronto, composto por um edifício com 256 camas, 57 unidades de habitação a preços acessíveis, estando ainda prevista a construção de um centro comunitário.
No lançamento da primeira pedra, no dia 16 de setembro deste ano, o Presidente da República Portuguesa defendeu que é preciso realizar esta obra, afirmando que tentaria convencer o primeiro-ministro de Portugal a deslocar-se ao Canadá no próximo ano, antes de participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, para ajudar na angariação de fundos para o projeto.
Marcelo Rebelo de Sousa também prometeu que a sua última visita enquanto chefe de estado será ao Canadá em 2025, para inaugurar o projeto, caso a obra esteja pronta.
“Estamos à espera que o Presidente da República cumpra a promessa. Irei recordar-lhe da sua promessa. Há sempre contratempos em construir um projeto desta dimensão, mas talvez seja possível concluir o centro em 2025, senão fazemo-lo em 2026”, prometeu Manuel da Costa.
A inflação e a pandemia vieram atrasar os planos, mas o projeto do centro Magalhães, de acordo com os responsáveis, deve ficar concluído dentro de aproximadamente três anos.
O cônsul de Portugal em Toronto, Joaquim do Rosário, destacou na apresentação da campanha a “solidariedade da comunidade portuguesa no Canadá”, não tendo dúvidas de que a ‘Magellan Casinha’ será “um sucesso”.
O projeto está orçado 100 milhões de dólares canadianos (68,4 milhões de euros), um financiamento obtido através de doações e empréstimos de instituições financeiras, e por apoios dos governos federal, provincial e municipal.
Em abril de 2018, quando lusodescendente Charles Sousa era o ministro das Finanças do Ontário, o ministério da Saúde e de Cuidados de Longo Termo da província canadiana atribuiu ao Centro Magalhães a licença de 256 camas de cuidados prolongados.
Cerca de um ano depois, a Câmara Municipal de Toronto anunciou a cedência para o projeto de um terreno, localizado no número 640 da Lansdowne Avenue, iniciativa também inserida no programa de habitações a preços acessíveis do município.
O terreno municipal foi cedido por um período de 99 anos com o custo simbólico de um dólar por ano, ficando isento do imposto predial, numa parceria inédita da autarquia.
O município de Toronto vai ainda ser responsável pela construção de uma zona verde e de unidades de habitação a preços acessíveis.
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