O Irão foi um dos países do Médio Oriente mais afetados desde o início da propagação da COVID-19.
A história das pandemias sugere que a "terceira onda" é a mais mortal de todas e o Irão quebrou novamente o seu recorde de infeções diárias com 4.830 novos casos de COVID-19 na quarta-feira (14/10), de acordo com os registos da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos).
No entanto, a nação persa tem batido recordes de contágios desde 22 de setembro, quando ultrapassou os 3.574 casos diários registados no início de junho, no auge da sua "segunda onda".
"Embora a segunda onda de coronavírus tenha sido contida com sucesso, a terceira onda está a surgie porque os protocolos sanitários foram ignorados", advertiu o ministro da Saúde iraniano, Saeed Namaki, no mesmo dia, segundo uma notícia da agência oficial Iran Press.
Novo recorde
O Irão anunciou hoje o maior número de casos do novo coronavírus num único dia desde o início da pandemia, mais 5.000 infetados, depois de na segunda-feira anunciar um recorde diário de mortes, 337. O recorde anterior de casos diários era de 4.830 infeções e foi registado a semana passada.
O Ministério da Saúde iraniano indicou que nas últimas 24 horas 322 pessoas morreram devido à covid-19, o que faz aumentar o balanço total de mortos no país para os 31.000. O número total de contagiados anda próximo dos 540.000.
A República Islâmica, que registou os primeiros casos e mortes em fevereiro, enfrenta o pior surto no Médio Oriente.
Na duramente atingida capital, Teerão, os hospitais estão lotados e na semana passada as autoridades de saúde indicaram que a cidade estava sem camas de cuidados intensivos para os doentes com o vírus.
O aumento ocorre depois de alguns feriados aproveitados para miniférias pelos iranianos e de as aulas presenciais terem sido retomadas o mês passado.
O governo iraniano tem resistido a determinar um confinamento para combater a propagação do vírus, numa tentativa de poupar a sua economia já devastada devido às sanções norte-americanas. Estão encerrados os museus, livrarias e salões de beleza e foi imposta a máscara no exterior.
1,1 milhões de mortos
A pandemia de COVID-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.198 pessoas dos 101.860 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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