O novo referencial da Direção-Geral da Saúde (DGS) foi conhecido na terça-feira, trazendo poucas novidades: além das orientações para o isolamento profilático, que foram flexibilizadas possibilitando que os contactos de baixo risco ou com teste negativo regressem logo à escola, regras como a utilização de máscara, o distanciamento físico ou a realização de rastreios serão para manter.
As orientações foram recebidas sem surpresa por parte das famílias, que já antecipavam a manutenção da grande maioria das normas de segurança contra a covid-19 e compreendem a necessidade de que assim seja.
“Nós desejávamos que houvesse algum alívio, mas esperávamos que se mantivessem, uma vez que também se mantêm as regras para a sociedade em geral”, reagiu em declarações à Lusa o presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap).
Para Jorge Ascenção, a evolução da vacinação contra a covid-19 em Portugal, que já chegou a 75% dos jovens entre os 12 e 17 anos que receberam até ao fim de semana passado a primeira dose da vacina, é o principal fator de confiança para que o próximo ano letivo decorra com toda a normalidade possível.
É por esse motivo que preferia que algumas regras não transitassem de ano, designadamente o uso obrigatório de máscara, mas compreende que esse alívio ainda não seja possível.
Possível foi, por outro lado, flexibilizar as orientações para a resposta em caso de surtos nas escolas e, ao contrário do que acontecia no final do ano passado, quando turmas inteiras iam para casa sempre se identificasse um caso positivo, a nova norma determina que os contactos considerados de baixo risco ou que testem negativo devem regressar à escola.
“Esse é o caminho”, elogiou Rui Martins, presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), considerando que “já é tempo suficiente para que as coisas comecem a ir a bom porto”.
Com a vacinação dos professores e dos alunos mais velhos e as regras de segurança sanitária nas escolas, os dois representantes dos encarregados de educação partilham a mesma expectativa para o próximo ano letivo.
Sem os períodos alargados de ensino à distância que marcaram os últimos dois anos letivos ou os isolamentos profiláticos intermitentes, Jorge Ascenção e Rui Martins esperam que o novo ano faça, tanto quanto possível, lembrar os tempos pré-pandemia.
“Tudo aponta para que não se venha a alastrar a pandemia cada vez mais, pelo contrário. Que o maior número de alunos esteja dentro da sala de aula, que se evite que turmas inteiras vão para casa e que obrigue o ensino à distância”, antecipou o presidente da CNIPE.
Já o presidente da Confap reitera a confiança no trabalho das escolas, sublinhando que, em seu entender, sempre foram espaços seguros e agora essa segurança será ainda mais reforçada.
As aulas começam entre 14 e 17 de setembro, marcando o início de mais um ano letivo em plena pandemia de covid-19 e o segundo com regras sanitárias estritas para evitar o contágio nas escolas, incluindo a utilização obrigatória de máscara a partir dos 10 anos e "fortemente recomendada" para os mais novos, a partir do 1.º ciclo.
À semelhança do que aconteceu no ano letivo passado, quando as escolas reabriram em abril, vai também repetir-se a realização de rastreios antes do início das aulas, que vão abranger os professores e funcionários de todos os níveis de ensino e os alunos a partir do 3.º ciclo.
Todos as pessoas dos grupos abrangidos serão testadas, independentemente do seu estado vacinal, numa altura em que docentes e não docentes têm a vacinação completa e 75% dos jovens a partir dos 12 anos já receberam a primeira dose.
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