Depois de uma ronda pelos centros de saúde de Coimbra, o sindicato recebeu várias queixas, onde a principal “prende-se com cansaço e desmotivação, potenciados pelo acréscimo de trabalho gerado pela campanha de vacinação em curso contra a COVID-19”, afirma o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal numa nota enviada hoje à agência Lusa.
Apesar do auto agendamento da vacinação ter diminuído a sobrecarga de trabalho dos enfermeiros, “não acabou com essa sobrecarga, uma vez que é necessário continuar a garantir esta tarefa, nomeadamente junto de utentes que não compareceram à vacinação”.
Os enfermeiros queixam-se do tempo que a vacinação “tira para a promoção e prevenção da saúde”, sendo os utentes dos centros de saúde prejudicados.
De acordo com o Sindicato foram registados protestos de “enfermeiros com idade avançada que enfrentam dificuldades, por exemplo, em efetuar domicílios em prédios sem elevador, além de pressões exercidas sobre todos para que não tirem férias nos meses habituais de verão”.
Outra das queixas é a “falta de enfermeiros e inexistência, há anos, de concursos para recrutar novos efetivos”, o que origina a que muitos utentes não tenham enfermeiro de família, acrescenta.
“Em Portugal congratulamo-nos todos os dias com os sucessos da vacinação, mas quase nada ouvimos sobre os principais sacrificados e heróis reais neste processo: os enfermeiros”, afirma o presidente do SINDEPOR, Carlos Ramalho, citado na mesma nota de imprensa.
O dirigente sindical sublinha ainda que não vê, da parte do Governo, “verdadeiras compensações para estes sacrifícios ou sequer a criação de condições de trabalho que permitam minorá-los”.
O SINDEPOR visitou, esta quarta-feira, as várias unidades de Saúde Familiar que compõem os centros de Saúde de Celas, Fernão Magalhães, Santa Clara e Eiras, em Coimbra.
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