O país caribenho, que testemunhou no domingo um dos maiores protestos em três décadas contra o Governo, soma 250.527 casos de infeção e 1.608 mortes associadas à doença covid-19 desde o início da crise pandémica no país em março de 2020, quando as autoridades sanitárias confirmaram o primeiro caso em território cubano.

A situação pandémica no país, e as suas repercussões no sistema hospitalar e na economia cubana (fortemente dependente do turismo), foi um dos motivos que levou milhares de cubanos às ruas no domingo passado para contestar o Governo do Presidente Miguel Díaz-Canel.

Nos hospitais e nos centros de isolamento cubanos encontram-se atualmente 63.155 pessoas, das quais 36.840 são casos ativos de covid-19, incluindo 94 doentes críticos e 119 doentes graves.

Cerca de 17.886 são casos que apresentam sintomas suspeitos e os restantes estão sob vigilância epidemiológica, de acordo com os mesmos dados.

Nas zonas do país de maior risco epidemiológico, incluindo a capital Havana, está a ser realizado um estudo com duas das cinco vacinas contra a covid-19 que o país desenvolveu: a Soberana 02 e a Abdala.

A vacina Abdala, que apresentou uma eficácia de 92,28% nos ensaios clínicos, já recebeu a autorização para uso de emergência e é a primeira vacina latino-americana contra o novo coronavírus.

Por sua vez, a Soberana 02 aguarda pela autorização depois de ter apresentado uma eficácia de 91,2% com a administração de duas doses e uma dose extra da Soberana Plus, outro dos fármacos que foi desenvolvido em Cuba.

Mais de um milhão de pessoas, numa população de 11,2 milhões de habitantes, já recebeu pelo menos uma dose destas duas vacinas, ao abrigo dos ensaios clínicos e dos estudos entretanto desenvolvidos pelas autoridades sanitárias.

Cuba, que está sob embargo norte-americano desde 1962, não integra a plataforma internacional COVAX, iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas, em particular nos países mais pobres, nem comprou fármacos no mercado internacional.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.044.816 mortos em todo o mundo, entre mais de 187,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.