O novo osso, que pode surgir acima do pescoço, pode ter como origem a utilização excessiva de telemóveis, sugere o estudo publicado na revista científica Nature Scientific Reports.
Investigadores da Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, analisaram radiografias de pessoas entre os 18 e os 30 anos. O estudo envolveu 218 pessoas e em todas elas o problema tinha sido identificado. Em alguns casos, o novo osso - que é também designado de esporão ósseo - já tinha mais de 2 centímetros.
Segundo os investigadores, o surgimento daquela estrutura - semelhante a um chifre - é resultado da posição constante da cabeça inclinada para utilizar o aparelho, para escrever ou ler mensagens, ver vídeos ou outros conteúdos.
De acordo com a investigação científica, o deslocamento do peso da cabeça alterou a redistribuição do mesmo pelo pescoço, originando assim a formação daquela estrutura.
A estruturas óssea é descrita como sendo semelhante a um gancho ou a um chifre e é encontrada na parte de trás do crânio.
Os esporões ósseos são causados pela inclinação frontal da cabeça. Ao mover-se para a frente, a cabeça exige uma força adicional do pescoço, o que que provoca a deslocação do peso da coluna para os músculos da cabeça.
"Uma questão importante é o que o futuro reserva para as populações de jovens adultos quando o desenvolvimento de um processo degenerativo é evidente num estágio tão inicial de suas vidas", referem os autores no artigo.
Segundo o estudo, essa será a causa do desenvolvimento de um pequeno osso nas ligações dos tendões e ligamentos.
Os investigadores conseguiram ainda perceber que o problema tem afetado mais homens do que mulheres.
A maior saliência encontrada media 3,6 centímetros e foi encontrada num homem.
Outra hipótese
Ao The New York Times, David Putrino, diretor de inovação em reabilitação do Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, defende que a relação entre um pescoço dobrado e novos esporões ósseos parece ser, de facto, verdadeira. Para ele, os adolescentes são mais propensos do que os adultos a ter estas alterações por estarem em fase de crescimento.
"Mas eu não acho que possamos culpar o telemóvel" por isso, adverte. Também para David J. Langer, presidente do serviço de neurocirurgia do Hospital Lenox Hill, essa ideia "não faz qualquer sentido".
Para este médico, os problemas com os discos ósseos são bem conhecidos entre pessoas que passam muito tempo com a cabeça virada para baixo ou com o pescoço dobrado, como é o caso dos próprios cirurgiões.
"É mais provável que se tenha uma doença degenerativa do disco ou um desalinhamento no pescoço do que um esporão ósseo a sair do crânio", disse Langer. "Nunca vi nada disso e faço muitos raios-X. Odeio ser o opositor, mas parece-me um pouco exagerado", conclui.
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