Luís Filipe Borges:
créditos: Luis Godinho

Quando descobriu que tinha a doença?

Descobri que tinha a doença na adolescência, com 14 ou 15 anos. Comecei a ter manifestações, mas só foi diagnosticada aos 17 anos.

O que o levou a procurar ajuda médica?

O que me levou a procurar ajuda médica foi uma forte queda de cabelo que não era nada normal naquela idade, assim como a comichão no couro cabeludo e questões estéticas.

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Quais são as principais manifestações da doença em si?

Hoje em dia as manifestações da doença estão muito mais controladas. São sobretudo a nível do couro cabeludo, a pele seca e manchas. Por isso, o uso de chapéus, que apesar de não fazerem bem à psoríase, dão conforto psicológico principalmente quando estou mais atacado pela doença. O chapéu pelo menos escondia os olhares indiscretos. De resto, em situações de grande ansiedade, pode manifestar-se também com marcas na barba, às vezes no nariz, nos cotovelos, nos dedos embora seja muito mais raro.

A psoríase limita-o no seu dia a dia? 

A psoríase não me limita no meu dia-a-dia. Na adolescência, era pior, porque não fazia bem nenhum à nossa autoestima e, portanto, sendo um miúdo tímido, fazia com que me fechasse ainda mais e em determinados momentos evitava o contacto social. Não há nada que eu deixe de fazer hoje em dia por causa da psoríase.

Faz algum tratamento atualmente? Como controla a doença?

Atualmente, quando é preciso, tenho um champô medicado ótimo. Para situações mais graves, tenho um creme e uma solução líquida que também me ajudam bastante a controlar a doença.

Luís Filipe Borges
Luís Filipe Borges créditos: Luis Godinho

Considera que tem a doença controlada?

Tenho a doença controlada embora nunca saiba muito bem quando é que me vai vir aquela comichão. Em alturas de ansiedade extra pode surgir com mais intensidade, mas não é um padrão. Nunca sabermos bem quando vai acontecer é uma das características da psoríase.

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Já lhe aconteceu ser evitado devido ao mito de a psoríase ser transmissível?

Sim, já me aconteceu ser evitado, sobretudo na adolescência devido a esse mito de que a psoríase é contagiosa.

Acha que existem suficientes recursos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para lidar com esta doença?

Acho que o SNS precisa de recursos em todas as áreas. É extraordinariamente meritório todo o trabalho realizado. Sou um profundo admirador de todos os profissionais de saúde envolvidos no nosso SNS, mas a verdade é que faltam recursos suficientes e mais conhecimento quer na área da psoríase, quer em muitas outras áreas da saúde.

Que mensagem gostaria de deixar a outras pessoas que foram diagnosticadas com psoríase recentemente?

Sendo uma doença que continua a não ter cura, existem hoje em dia tratamentos absolutamente revolucionários, principalmente biológicos. Existem muitas alternativas e muitos especialistas que podem ajudar a garantir uma vida o mais normal possível.