O SMDP foi criado recentemente por 12 médicos dentistas, tendo sido formalmente constituído a 29 de novembro no Porto com o objetivo de promover e defender os interesses e direitos destes médicos.
Em declarações à agência Lusa, João Neto, médico dentista, membro fundador e presidente da assembleia do SMDP, disse que este “era um desejo antigo” e que só agora foi possível concretizar.
“O nosso objetivo imediato é divulgar o sindicato ao maior número de colegas. Esta era uma luta antiga e conseguimos que o sindicato fosse formado. Finalmente vamos conseguir ajudar na defesa da classe”, disse.
Entre os objetivos do sindicato, segundo João Neto, está a necessidade de ultrapassar a desvalorização da profissão ao longo dos anos.
“A nossa área é muito específica. Temos as nossas clínicas e trabalhamos nas clínicas, fomos deixando desvalorizar a classe. Não havia muitos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, mas agora já vai havendo mais”, disse.
O presidente o SMDP disse também à Lusa que há excesso de formação de alunos na área.
“Todos os anos saem das faculdades 700/800 alunos. Neste momento somos há volta de 13 a 14 mil médicos dentistas em Portugal em que muitos deles estão com condições precárias de trabalho ou desempregados”, referiu.
De acordo com José Neto, 80 a 90% dos que saem da faculdade não têm emprego e muitos estão com remunerações de cerca de 300/400 euros mensais, havendo alguns que passam sérias dificuldades recorrendo até ao Banco Alimentar.
“Recordo que a Organização Mundial de Saúde sugere que haja 1.800/ 2.000 pessoas para cada dentista. Neste momento, temos um rácio de 900 pessoas para um dentista, portanto, temos o dobro dos dentistas que eram necessários e a tendência é para aumentar”, sublinhou.
Para já, segundo João Neto, o sindicato vai disponibilizar formação radiológica e apoio jurídico.
“Vamos também analisar entre outras situações os subsistemas de saúde, o cheque dentista, planos e seguros de saúde”, disse.
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