Nalguns locais as culturas vegetais são muito fracas em iodo e os animais e os humanos que se alimentam de produtos dessas culturas podem desenvolver um défice em iodo. ‎

O conteúdo natural em iodo, da maioria dos alimentos e das bebidas, é relativamente baixo, sendo influenciado por compostos contendo iodo usados na irrigação, fertilizantes e rações para animais.

As principais fontes de iodo

As principais fontes alimentares de iodo são o pão, o leite e mariscos. Em regiões com défice de iodo, tem-se utilizado o sal iodado para diminuir o risco do desenvolvimento de bócio e/ou défice das hormonas tiroideias.

O iodo, o substrato principal do metabolismo específico de células da tiróide, é um componente essencial das hormonas tiroideias e os seus efeitos fundamentais correspondem à redução da estimulação da resposta da tiróide à estimulação pela hipófise (glândula na base do cérebro que estimula também a produção de hormonas pela tiróide).

Os riscos do défice e do excesso de iodo

O défice de iodo pode aumentar a suscetibilidade da glândula tiróide às radiações nucleares, mas o excesso da ingestão de iodo pode causar toxicidade, provocando esta tanto um aumento acentuado da produção das hormonas tiroideias (originando hipertiroidismo) ou como uma redução da sua produção (causando hipotiroidismo), o que pode levar a consequências muito graves para a saúde.

Assim, aconselha-se a população a ter muito cuidado com a ingestão de excesso iodo para prevenir situações clínicas muito graves.

Um artigo de Mário Rui Mascarenhas, Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e endocrinologista no Hospital Lusíadas Amadora.