“Não estamos numa corrida um contra o outro. Estamos numa corrida contra o vírus”, declarou o diretor-geral da agência da ONU perante os membros do Comité Olímpico Internacional (COI), reunidos na capital japonesa.
“Para o sucesso destes Jogos Olímpicos é preciso velocidade, força e habilidade, mas também determinação, dedicação e disciplina”, frisou, pedindo ao mundo que mostre as mesmas qualidades para “triunfar” contra a pandemia.
Após ser convidado várias vezes para participar do grande evento olímpico, Ghebreyesus fez a viagem para levar uma "mensagem", estimando que "mais do que qualquer outro evento, os Jogos Olímpicos atraem a atenção de todos os povos do mundo."
“A pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela. Tudo depende de nós”, afirmou, apelando para que a administração das vacinas seja acelerada e para uma distribuição mais equitativa das doses entre os países.
A COVID-19 já causou mais de quatro milhões de mortes no mundo.
“Estamos no início de uma nova onda de infeções e mortes” e “mais 100.000 pessoas perderão as suas vidas até que a chama olímpica se apague em 8 de agosto”, insistiu.
"O risco zero não existe"
Como vem repetindo há meses, Ghebreyesus lembrou que os países ricos esgotam a maior parte das doses das vacinas, o que compromete o combate ao surgimento de possíveis variantes no mundo.
“Se só se colocar água numa parte do fogo, o resto continuará a queimar e as brasas de um incêndio podem causar outro surto em outro lugar", alegorizou.
Isso fará com que "a transmissão seja grande e apareçam novas variantes", com o risco de "uma delas escapar do efeito das vacinas e nos levar de volta ao ponto de partida", alertou o chefe da OMS.
Sobre a organização desses Jogos durante uma pandemia, a OMS, que assessorou o COI, lembrou que "não existe risco zero", como mostram os 71 casos positivos identificados desde o início de julho entre pessoas ligadas ao evento.
"Deram o seu melhor", disse Thedros ao COI, acreditando que "a marca do sucesso" não é a ausência de casos, mas a garantia de que os casos serão "identificados, isolados, rastreados e acompanhados" para que "a subsequente transmissão seja interrompida".
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