Em comunicado, a MSF refere que “governos e organizações financiadoras têm, agora, de intensificar os esforços e dar resposta — tanto política como financeira — ao envenenamento por mordida de cobra com a urgência e a atenção que esta negligenciada crise de saúde pública exige”.
“Estamos cautelosamente otimistas de que a estratégia da OMS para a mordida de cobra poderá ser um ponto de viragem no combate a esta doença. Governos, doadores e outras partes interessadas não devem desperdiçar esta oportunidade, mas sim fornecer apoio político e financeiro concreto para garantir seu sucesso”, salienta Julien Potet, da MSF.
“Estima-se que 5,4 milhões de pessoas por ano são mordidas por cobras, 2,7 milhões são envenenadas, 100.000 morrem e 400.000 ficam desfiguradas ou incapacitadas para a vida”, revela a organização não-governamental.
O responsável da MSF afirma que “é hora de todos aproveitarem esse momento e impedirem mortes e deficiências desnecessárias de picadas de uma vez por todas”.
A MSF espera que “a estratégia multifacetada inclua uma recomendação clara para produtos atuais e futuros serem seguros e acessíveis e planos ambiciosos para aumentar as taxas de tratamento e acesso a antivenenos nas regiões afetadas”.
De acordo com a MSF, a estratégia da OMS acentua “também a necessidade de aumentar a conscientização em relação à prevenção, primeiros socorros e onde procurar tratamento adequado por meio de educação e treinamento em nível comunitário do pessoal médico, especialmente aqueles envolvidos em serviços médicos de emergência e atenção primária à saúde”.
Por isso, a MSF considera que é necessário tomar “medidas concretas para aumentar substancialmente o acesso a antídotos seguros que já existem no mercado e para dar prioridade ao desenvolvimento de novas e melhores ferramentas de resolução” do problemas das mordidas de cobras.
A estratégia da OMS é apresentada na Assembleia-Geral de Saúde que está a decorrer em Genebra até 28 de maio.
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