O que começou por ser um problema no metro de Paris, nos comboios e até em salas de cinema em França já está a causar preocupação em várias cidades europeias. No território português, os primeiros relatos da praga de percevejos vêm de Guimarães, mas a espécie detetada nesta cidade do Norte é diferente daquela que preocupa os franceses.
Os percevejos são pequenos insetos que se podem dividir em vários tipos. Os espécimes Cimex lectularius alimentam-se de sangue durante a noite e as suas picadas podem provocar comichão e irritação. São visíveis, medindo em média cerca de 5 mm de comprimento. Normalmente encontram-se em mobiliário ou na roupa de cama e podem, facilmente, viajar longas distâncias através das deslocações dos seres humanos.
No entanto, a espécie Halyomorpha halys que alarmou a população de Guimarães é de proveniência exótica - e de origem diferente da detetada na capital francesa.
DGAV diz que não são perigosos
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) refere que o Halyomorpha halys não é perigoso para pessoas, nem para animais: "não morde, não pica, não suga sangue, nem transmite doenças, exalando apenas um cheiro forte e desagradável".
"Informamos também que não têm sido reportados, à DGAV, estragos nas culturas que possam estar associados a esta praga, embora, face a um possível aumento da população destes insetos, possam vir a constituir mais uma preocupação no domínio da proteção fitossanitária das culturas", admite.
A DGAV "acompanha a questão ‘percevejo asiático’, assim como todas as matérias relativas à segurança alimentar e vegetal e respetivos impactos na vida humana".
A DGAV esclarece ainda que, nos casos reportados em habitações, "será competência da Direção Geral da Saúde (DGS), importando identificar corretamente qual o percevejo em causa".
4 sugestões práticas para os percevejos que picam
Os percevejos ou percevejos de cama, cientificamente chamados Cimex lectularius, são pequenos insetos que se alimentam exclusivamente do sangue de pessoas e de animais, principalmente durante a noite. De cor castanho-avermelhada, estes insetos sem asas medem entre 1 e 7 milímetros e conseguem viver vários meses sem se alimentarem. É esta espécie que está a causar alarme social em Paris e noutras cidades europeias.
Dennis Mathews, investigador em microbiologia, afirma que a aspiração profunda do colchão e de outros móveis, bem como a lavagem dos lençóis a 60°C semanalmente, são algumas das medidas-chave para manter a casa livre de percevejos.
Para o microbiologista, existem - em traços gerais - quatro recomendações para prevenir o aparecimento de percevejos e manter um ambiente doméstico limpo e saudável:
1. Ter cuidado com a roupa ao chegar a casa
É possível que os percevejos viagem connosco, com a nossa roupa ou com a nossa bagagem de um lugar para o outro. É importante garantir que, ao chegar a casa, não colocamos as nossas malas, sacos e roupa diretamente em cima do sofá ou da cama. Se recear ter percevejos na roupa, verifique-a atentamente, sacuda-a vigorosamente e coloque-a na máquina de lavar o mais depressa possível, guardando-a num saco de plástico selado até lá.
2. Lavar a roupa da cama
Lavar os lençóis e os cobertores com uma temperatura de 60°C ou 90°C ajuda a decompor e a reduzir os alergénios e a matar os seres vivos nocivos. Recomenda-se que se lave e mude a roupa de cama uma vez por semana para remover os pedaços microscópicos de pele morta e manter o pó e os alergénios afastados.
3. Aspirar o colchão
É importante aspirar o colchão regularmente ao longo do ano. Outras pragas como os ácaros podem viver nos nossos colchões - podem ser microscópicos em tamanho, mas são persistentes. A utilização de um aspirador com um modo de alta potência proporcionará a sucção necessária para remover o maior número de partículas possível. É também importante que o aspirador que utiliza tenha um sistema de filtragem totalmente selado para evitar que os alergénios ou detritos sejam expelidos de volta enquanto limpa. Poderá também fazer sentido a utilização de um protetor de colchão que será mais fácil de lavar.
4. Concentração em áreas de difícil acesso
Prestar atenção a quaisquer fendas ou dobras onde o pó e os alergénios se possam acumular. Para limpar à volta da margem do colchão, utilizar um acessório para zonas estreitas para remover qualquer pó escondido. Não esquecer também a parte de baixo da cama, uma vez que os ácaros se desenvolvem em áreas escuras, quentes e húmidas, com muitos flocos de pele que muitas vezes não são removidos.
Dennis Mathews, microbiologista na Dyson, reforça num comunicado enviado ao SAPO Lifestyle que "os percevejos se propagam muito rapidamente e que deve estar atento a sinais como manchas de sangue na cama, exoesqueletos ou pequenos detritos castanhos (as suas fezes)”, bem como “um cheiro doce ou a mofo também pode ser sinal de infestação".
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