Os piercings orais podem ser uma forma de autoexpressão e são uma das tendências dos últimos anos, sobretudo entre os jovens. Contudo, além disto, podem também ter algumas complicações que devem ser tidas em conta, tanto antes, como após a colocação de um piercing, seja ele na língua, nos lábios, nas gengivas ou até mesmo nas bochechas.
A partir do momento em que existe perfuração dos tecidos, a inflamação é imediata. Como tal, caso os materiais não estejam devidamente esterilizados, existe risco de infeção e de transmissão de doenças como hepatite, tétano e VIH. Nesse sentido, em primeiro lugar e para evitar complicações futuras, é fundamental escolher bem o estabelecimento onde se vai fazer o piercing, avaliando se cumpre todas as normas de higiene.
Risco de infeção aumentado
A boca contém milhões de bactérias, que, caso não exista uma higiene oral correta, podem tornar-se prejudiciais e representar um risco ainda maior quando existe um piercing, pois podem levar à acumulação de placa bacteriana nessa zona e, em alguns casos, resultar em infeções.
Outras complicações que podem ser originadas pelos piercings orais, são a recessão gengival, as fraturas e o desgaste dentário. Em casos mais severos, podem levar à perda de dentes, devido ao atrito e contacto provocado pelo piercing, devendo os materiais do mesmo ser corretamente escolhidos. Os materiais e metais que geralmente constituem os piercings, como o crómio ou níquel, podem provocar lesões pré-cancerígenas e reações alérgicas que podem ter como consequência o alargamento da zona perfurada.
Importa ainda não esquecer que os piercings orais, ao serem um corpo estranho, podem também provocar dificuldades de mastigação, originar alterações ao nível da fonética e dificultar a prenunciação de alguns sons.
Assim, é aconselhado não colocar piercings oral, pois existe uma grande probabilidade de ocorrer qualquer umas destas complicações.
Cuidados essenciais
Ainda assim, caso se opte pela colocação, devem tomar-se as devidas precauções e garantir as visitas regulares ao médico dentista, estando-se sempre atento aos pequenos sinais.
Além do reforço dos cuidados de higiene oral regulares, os piercings devem também ser higienizados o máximo de vezes possível.
Um artigo do médico dentista Ricardo Almeida, Diretor Clínico da MALO CLINIC Lisboa.
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