As autoridades de saúde do condado de Santa Clara, na Califórnia, disseram hoje em comunicado que as autópsias de duas pessoas que morreram em suas casas nos dias 06 e 17 de fevereiro revelaram a doença covid-19, provocada pelo nono coronavírus.
A presença do novo coronavírus nos falecidos foi determinada por amostras de tecido e posteriormente ratificada pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).
Até agora, acreditava-se que a primeira morte nos Estados Unidos relacionada com o novo coronavírus teria ocorrido em 29 de fevereiro, em Seattle, estado de Washington, que foi a região mais afetada no início da pandemia no país.
Contudo, mais tarde descobriu-se que duas pessoas tinham morrido com covid-19, também no estado de Washington, em 26 de fevereiro.
Agora, Sara Cody, diretora médica do condado de Santa Clara, na Califórnia, disse que as mortes detetadas na sua zona, no início e meio de fevereiro revelam “provavelmente a ponta de um icebergue de dimensão desconhecida”.
Cody explica que as pessoas que morreram nessa altura não tinham histórico de viagens conhecido, que as pudesse ter exposto ao vírus, pelo que seriam já vítimas de propagação local da epidemia.
Jay Bhattacharya, professor de saúde pública na Universidade de Stanford, diz que, perante estes novos dados, “os padrões da epidemia nos Estados Unidos terão de ser ajustados para levar em conta essa data inicial”.
“Os modelos terão de rever o número de casos atuais para níveis mais elevados”, conclui o especialista.
Nos Estados Unidos, o número de infetados já ultrapassa as 800 mil pessoas e já morreram mais de 45 mil doentes de covid-19.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 179 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 583 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.
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