Segundo os ambientalistas, que cita dados da Organização Mundial da Saúde, para retirar 500m2 de amianto, uma cobertura média de uma escola, os custos rondam os 5.000 euros, incluindo as análises e gestão dos resíduos, enquanto tratar um mesotelioma custa em média ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) 262.939 euros.
“De fora destes números ficam todos os gastos que esta situação provoca no seio das famílias e, em particular, na vida destes doentes”, sublinham os ambientalistas, que dizem que o Governo teria de gastar 300 mil euros para retirar este material das 63 escolas referenciadas pelo Ministério do Ambiente.
A Plataforma da Quercus SOS AMIANTO considera positiva ”toda a mobilização que tem vindo a ser feita em torno das escolas” e espera que sirva para “alertar o Estado Português e os Portugueses em geral para este problema”.
“A existência de amianto nestes e noutros edifícios e equipamentos, bem como o risco que esta situação pode acarretar para a saúde daqueles que frequentam estes espaços deve ser avaliada e é fundamental ponderar o tipo de intervenção que será realizada para a remoção” do material, alerta a Quercus, que diz que “a falta de conhecimento pode ser desastrosa se o processo for mal executado”.
Em comunicado, a associação lembra que é na altura do manuseamento deste material que existe um dos momentos de maior risco dada a exposição à libertação de fibras de amianto.
Por isso, a SOS AMIANTO diz já ter contactado algumas ordens profissionais e forças políticas com representação na Assembleia da República para apresentar esta preocupação e mostrar disponibilidade em trabalhar em parceria para informar e sensibilizar para este assunto.
“Por mais urgente que seja a necessidade de intervir os espaços, é muito importante realizar a remoção de forma ponderada. É nesta fase que existe maior risco, quer para os trabalhadores que removem o amianto, quer para os utilizadores dos espaços, bem como para a população que reside na envolvência do edifício intervencionado”, sublinha.
Os ambientalistas dizem que o processo deve envolver sempre empresas especializadas neste tipo de intervenção e que a remoção deve ser realizada garantindo a não ocupação do espaço intervencionado por outras pessoas que não sejam os trabalhadores devidamente credenciados.
Numa fase posterior – explicam -, os resíduos, já depois de embalados, são geralmente encaminhados para aterros licenciados, por empresas também licenciadas para o efeito, para que não apresente qualquer risco ambiental.
“Os aterros industriais estão legalmente autorizados a receber este tipo de resíduos”, recordam.
A plataforma SOS AMIANTO diz ainda já ter recebido mais de 100 denúncias referentes a escolas e outros edifícios públicos e privados e recorda que mantém contactos com vítimas que trabalharam em fábricas de produção de fibrocimento, indústria naval e estaleiros, bem como da construção civil.
“Para estes é preciso uma atenção especial, na medida em que não existe um programa de rastreio médico precoce para prevenir o desenvolvimento de doenças provocadas pela anterior exposição ao amianto, facto para o qual a SOS AMIANTO já pediu atenção ao Ministério da Saúde”, afirma.
“Sendo que a vida humana não tem preço e não podemos quantificar e qualificar o efeito na qualidade de vida das pessoas e dos seus familiares, bem como atribuir um valor económico ao sofrimento, fica bem patente que agir na prevenção fica também mais barato ao erário público”, defendem os ambientalistas.
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