Num documento agora divulgado, os dois organismos da UE emitiram diretrizes para "garantir a segurança dos passageiros aéreos e dos trabalhadores da aviação para retomar os voos".
"O protocolo tranquilizará os passageiros sobre a segurança das suas viagens aéreas e, assim, ajudará a indústria a recuperar dos efeitos dessa pandemia", segundo a comissária europeia de transportes, Adina Valean.
"Garantir a segurança da saúde é um fator crucial para a retomada de voos comerciais", afirmou o diretor executivo da EASA, Patrick Ky.
"Agora cabe às companhias aéreas e aeroportos adaptar as recomendações às suas instalações e operações", acrescentou.
As agências recomendam que todos os passageiros e pessoal aéreo usem máscaras cirúrgicas desde o momento em que entram no aeroporto de partida até chegarem ao destino, com uma possível exceção para crianças menores de seis anos.
Trocar máscara a cada 4 horas
Essas máscaras devem ser trocadas a cada quatro horas e os passageiros devem garantir que têm unidades suficientes, mas as empresas também são incentivadas a ter um eventual stock para responder às necessidades.
Também recomendam uma distância física de um metro e meio, se possível em todas as etapas da jornada.
No avião, "onde o número de passageiros e a configuração da cabine permitir", as companhias aéreas "devem garantir, na medida do possível, a distância física dos passageiros", por exemplo, deixando pelo menos um assento vazio entre pessoas, aumentando a distância entre os assentos ou deixando vazias cada duas filas de cadeiras.
Se esse distanciamento não for possível, "passageiros e tripulantes devem aplicar constantemente todas as outras medidas preventivas", acrescentaram nas suas recomendações.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que reúne 290 companhias aéreas, já manifestou a sua oposição a essas medidas de distanciamento físico, acreditando que reduziriam a taxa de ocupação de aeronaves abaixo do ponto de equilíbrio e aumentariam os preços das deslocações.
Além de medidas de higiene, como a lavagem frequente das mãos e a desinfeção de equipamentos, as agências europeias também recomendam que os serviços a bordo das aeronaves sejam reduzidos ao "mínimo necessário" e que o acesso aos terminais do aeroporto seja feito apenas por passageiros e funcionários.
Mais de 325 mil mortos
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou mais de 325 mil mortos e infetou quase cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.263 pessoas das 29.660 confirmadas como infetadas, e há 6.452 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de 2,2 milhões contra mais de 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 130 mil contra mais de 169 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
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