"Ninguém deve expor-se ao sol ao ponto de ficar queimado", mas tem a possibilidade de obter a "dose simples" necessária com vinte minutos de sol por dia, alerta o médico reumatologista José Pereira da Silva.
Esta "dose simples" a que se refere o professor de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) pode ser assegurada, nos meses mais soalheiros do ano, entre as 10h00 e as 16h30. "A grande fonte desta vitamina é o sol, que transforma colesterol em vitamina D", refere.
Pereira da Silva salientou que "os portugueses têm muito sol, mas em geral fogem dele ou cobrem-se com protetor solar", tal como acontece com os habitantes do Norte de África e do Médio Oriente, que envergam roupas pretas, "por hábito ou razões culturais".
Além dos benefícios esqueléticos e musculares, a vitamina D é indispensável para combater diversos tipos de cancro, hipertensão, infeções e doença de Alzheimer, entre outras enfermidades.
O défice de vitamina D é um problema que afeta cerca de mil milhões de pessoas em todo o mundo.
Portugueses com pouca vitamina D, diz estudo
Com uma amostra de cerca de 3.000 indivíduos de todo o país (continente e regiões autónomas) e com idades entre os 18 e os 64 anos, a investigação "Deficiência de Vitamina D em Portugal: Um mito ou uma realidade?" permitiu em 2016 obter dados representativos dos níveis de vitamina D na população portuguesa pela primeira vez.
O estudo conclui que 15% da população apresenta deficiência grave de vitamina D e que no género feminino e indivíduos não caucasianos existe uma maior tendência para níveis deficientes desta vitamina, sendo que a faixa etária mais deficitária se encontra entre os 46 e os 64 anos.
A falta de vitamina D está associada a maior risco de infeções, doenças autoimunes, oncológicas e cardiovasculares, manifestando-se através de sintomas como sensação de cansaço, falta de energia, dores musculares, pele e boca mais seca, entre outros, recorda a especialista.
Para além da sintetização da vitamina D através da exposição solar, esta pode ser encontrada na alimentação, embora em menor quantidade. Peixes gordos, como sardinha, salmão ou sargo, estão entre os alimentos mais ricos em vitamina D.
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