Não é difícil perder peso num curto espaço de tempo. Árduo, sim, é conseguir mantê-lo. Quem o diz é Molly Bray, geneticista e professora de ciências da nutrição da Universidade do Texas, em Austin, nos EUA, que acredita que a solução para esse problema se encontra no ADN. Bray espera que, daqui a cinco anos, lá mais para 2021, já seja possível prescrever dietas totalmente personalizadas, tendo em conta a genética de cada individuo e o seu comportamento, ajudando, assim, pessoas com peso a mais e obesos a fazerem, de uma vez por todas, uma dieta eficaz.
Já se sabe há algum tempo que são muitos os fatores genéticos implicados no peso que temos, o que os investigadores pretendem é que tais parâmetros sejam, agora, usados para a perda de peso. Molly Bray até já arranjou um nome para este programa, «Perda de Peso Efetiva». O ADN pode ser a resposta para que o exercício funcione melhor em alguns casos e não funcione de todo noutros ou até para perceber por que razão as pessoas respondem de forma diferente a um mesmo tipo de alimento.
Os investigadores chegaram a esta conclusão baseados nas últimas descobertas que ligam o genoma ao controlo dos impulsos que nos levam a comer, à capacidade de acumular massa gorda e à forma como cada indivíduo metaboliza o que ingere. A geneticista prevê que, daqui a cinco anos, os dados obtidos através de uma simples recolha de saliva, associados às informações retiradas de sensores automatizados que registam a atividade física, o stresse, a dieta e fatores ambientais, possam ser introduzidos num computador para que um algoritmo elabore recomendações específicas para cada paciente.
Desta forma, a especialista assegura que, mesmo quem já tenha tentado, sem resultados práticos, várias dietas, conseguirá perder peso efetivamente. Este programa, além de ajudar a escolher os alimentos certos, vai também evidenciar que tipo de exercício será mais eficaz para cada pessoa. Molly Bray defende, no artigo publicado no jornal norte-americano Obesity, da Obesity Society, a ideia de que não há um gene da obesidade, mas vários e é a forma como interagem entre si que dita a sentença do peso, da perda deste e a sua manutenção.
Texto: Rita Caetano
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