As Nações Unidas afirmaram hoje, Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, que se estima existirem 4,4 milhões de meninas em risco de sofrer esta prática, o equivalente a mais de 1.200 casos diários.
As autoridades de saúde detetaram 223 casos de mutilação genital feminina em 2023, o que representa um aumento de mais de 17% face ao ano anterior, havendo já registo de 15 situações nos primeiros 31 dias de 2024.
A presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas na Guiné-Bissau considera que o combate à mutilação genital feminina (MGF) enfrenta hoje desafios "muito mais complicados", em resultado da proibição legal, que tornou a prática "escondida".
As assistentes sociais não têm acesso à plataforma que identifica as vítimas de mutilação genital feminina em Portugal e isso impede o registo de mais casos, alertaram hoje duas profissionais da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
O Governo vai apoiar com 80 mil euros organizações da sociedade civil que atuam junto de comunidades afetadas pela mutilação genital feminina (MGF), anunciou hoje o gabinete da ministra-Adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
A mutilação genital feminina, que causa lesões físicas e psíquicas permanentes, é mantida em cerca de 30 países africanos, entre os quais a lusófona Guiné-Bissau, onde se estima que 50 por cento das mulheres sejam afetadas.
As autoridades de saúde registaram no ano passado 190 casos de mutilação genital feminina, um aumento de 24% relativamente ao período homólogo, e em mais de metade ocorreram complicações, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Portugal registou 433 casos de Mutilação Genital Feminina (MGF) entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021, sendo a quase da totalidade dos registos introduzidos por unidades da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
O Governo reforçou em 10 mil euros a verba para projetos de combate à mutilação genital feminina, havendo agora 60 mil euros para repartir entre 10 projetos, anunciou hoje a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.
Em 2019, chegaram ao conhecimento dos profissionais de saúde e das autoridades nacionais 129 casos. Em 2020, ano de pandemia viral, o número desceu para os 101. A primeira sentença condenatória em território português tem menos de um mês.
As estimativas revelam um aumento na União Europeia do número de meninas oriundas de países com mutilação genital feminina (MGF) em risco de serem sujeitas à prática, segundo o Instituto Europeu para a Igualdade de Género.
Os profissionais de saúde detetaram 101 casos de mutilação genital feminina em 2020, num ano em que os serviços foram afetados pela pandemia, mas mesmo assim prosseguiram sensibilizados para este crime, que obteve recentemente a primeira condenação em Portugal.
Rugui Djaló, cidadã guineense residente em Portugal, foi hoje condenada, no Tribunal de Sintra, a uma pena de três anos de prisão efetiva pelo crime de mutilação genital da sua filha.
O primeiro julgamento por um crime de mutilação genital feminina em Portugal conhece a sentença hoje, no Tribunal de Sintra, tendo o Ministério Público pedido uma pena de prisão efetiva para a arguida.
Profissionais de saúde da região de Lisboa registaram 129 casos de mutilação genital feminina em 2019, o dobro em relação a 2018, quando foram conhecidos 64 casos, revelou hoje o secretário de Estado da Saúde, António Sales.
Apesar do progresso significativo na eliminação da mutilação genital feminina nos últimos 30 anos, 200 milhões de raparigas e mulheres vivas actualmente sofreram mutilação genital, e 4 milhões estão em risco este ano.
Mais de quatro milhões de raparigas estão em risco de sofrer mutilação genital este ano e o número pode ultrapassar os 60 milhões até 2030, alertaram hoje as Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para os custos da Mutilação Genital Feminina na saúde física e mental das mulheres e meninas, mas também dos recursos económicos de um país.
Um projeto-piloto coordenado pela secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade detetou 96 novos casos de mulheres vítimas de mutilação genital feminina em Portugal, ou seja, mais 40 do que no ano anterior.
A prática da mutilação genital feminina (MGF) poderia ser erradicada em cinco anos, se a causa conseguisse angariar financiamento para lançar uma campanha global, disse à Lusa Jaha Dukureh, que hoje recebe no parlamento português o Prémio Norte-Sul.
As Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) sinalizaram duas meninas vítimas de mutilação genital em 2018, havendo já registo de outros dois casos este ano, o que poderá justificar a retirada destas crianças às famílias.