Se está a analisar propostas de trabalho, conhecer os benefícios flexíveis laborais mais comuns e que as empresas em Portugal estão a implementar, pode ajudar a que negoceie condições contratuais. Assim, neste artigo procuramos explicar qual o objetivo dos benefícios flexíveis, os mais habituais e os que são, neste momento, mais valorizados pelos trabalhadores.

Qual o objetivo dos benefícios flexíveis?

O objetivo dos benefícios flexíveis é dar um acrescento ao pacote salarial, de modo a reter talento. Isto porque ajuda os candidatos na hora da tomada de decisão, por serem fatores bastante valorizados pelos colaboradores.

Os trabalhadores altamente qualificados e com um grande poder de escolha na sua área profissional, valorizam bastante outras componentes além do salário. Isto porque, muitas vezes, recebem mais do que uma proposta de emprego, com condições semelhantes. Assim, os benefícios flexíveis são uma forma de as empresas conseguirem reter profissionais de topo.

Atualmente existem os mais diversos benefícios flexíveis, muitos fomentados pela pandemia. Nem todas as empresas oferecem os mesmos, então, a escolha depende daquilo que os trabalhadores valorizam e das necessidades, consoante o estilo ou a fase da vida.

Os benefícios flexíveis pretendem ajudar os trabalhadores a poupar com despesas e a ter acesso a vantagens que melhorem a qualidade de vida (pessoal e profissional).

Que tipo de benefícios flexíveis existem?

Os benefícios flexíveis assumiram o formato de vales ou cheques, como os vales de refeição (cartão refeição), vales de transportes ou cheques infância. Ou também as mais tradicionais, como a atribuição de telemóvel, computador ou carro da empresa, sempre que fizesse sentido para a função desempenhada.

Atualmente, os benefícios flexíveis assumem muitos outros formatos, tais como:

  • Complementos ao subsídio de doença;
  • Planos médicos ou seguros de saúde;
  • Seguros de acidentes pessoais e de vida;
  • Planos de pensões;
  • Dias de férias extra;
  • Comparticipação com despesas de educação;
  • Política automóvel;
  • Tickets de refeição ou cartão refeição;
  • Subsídio de transporte;
  • Atribuição de computador e telemóvel;
  • Ausência remunerada no dia de aniversário;
  • Descontos em produtos e serviços;
  • Prémios atribuídos pelo desempenho, assiduidade ou anuais (em dinheiro, cartão ou bens e serviços);
  • Formações profissionais ou certificações;
  • Desconto nas mensalidades de ginásio;
  • Consultas de nutrição;
  • Atividades de bem-estar, como yoga, meditação ou apoio psicológico;
  • Pagamento de subscrições premium de plataformas streaming.

Benefícios flexíveis mais valorizados após a pandemia

Com a pandemia, os trabalhadores começaram a ter em conta, além do salário, outro tipo de benefícios flexíveis, que foram obrigados a experimentar, como o teletrabalho.

Este novo modelo de trabalho trouxe a muitos uma melhor qualidade de vida e equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Foi possível começarem a abraçar novos hobbies, projetos, negócios paralelos e a ter mais tempo para a família.

Por isso, a possibilidade de teletrabalho numa empresa torna-se também agora, para alguns trabalhadores, um fator decisivo na hora de aceitar uma proposta. Mas pode haver ainda a possibilidade de trabalho num modelo híbrido (presencial e remoto).

Além disso, também a flexibilidade horária com o teletrabalho é um benefício flexível a que os trabalhadores dão valor. Para muitos jovens, a liberdade de não precisarem de seguir um horário das 9h às 18h e se poderem organizar durante o dia da forma que preferirem, trabalhando de onde querem, é um cenário mais atrativo do que ficar num escritório durante 8h seguidas, cinco dias por semana.

Se estiver indeciso entre duas propostas, analise os benefícios

Assim, caso esteja indeciso entre duas propostas de trabalho, onde a proposta de salário que lhe apresentem é semelhante, analise os benefícios flexíveis de ambas as empresas.

Primeiro, coloque de parte o fator salarial. De seguida, anote os benefícios extrassalariais que cada empresa oferece. E, então, analise quais os acrescentos que têm mais valor para si.

Deve ter em conta a utilidade dos mesmos para o seu estilo de vida. Por exemplo, se uma empresa oferece como benefício um automóvel, mas não tem a carta de condução, por mais que seja um bom benefício, não fará sentido para si. Mas se não tem seguro de saúde e uma das empresas oferece um, ou até tem, mas as condições oferecidas nesse são melhores, já fará sentido. Ou se, por exemplo, anda no ginásio e uma das empresas concede um desconto na mensalidade, é um benefício com utilidade para que possa poupar.

Pondere também aquilo que valoriza em relação à qualidade de vida: gostava de estar em teletrabalho? Ter um horário flexível? Ou prefere estar no escritório ou num modelo híbrido? Analise bem todas as condutas de ambas as empresas, e as possibilidades que lhe oferecem.

Lembre-se que, se for um profissional que a empresa queira reter, também pode negociar condições e os benefícios flexíveis que são ou não possíveis de acrescentar à proposta que lhe fizeram. Hoje em dia, as próprias empresas também tentam antecipar o que é que os trabalhadores valorizam. E estão, cada vez mais, abertas a linhas de negociação para que possam satisfazer preferências individuais.

O objetivo é darem a melhor qualidade de vida aos colaboradores, para que consigam deles retirar o melhor aproveitamento a nível profissional. Isto porque, um trabalhador que esteja bem física e psicologicamente, conseguirá, naturalmente, desempenhar melhor a sua função laboral.