O que eram as moratórias?
De forma muito rápida, as moratórias consistiram no adiar do pagamento das prestações de créditos. Durante alguns meses, quem optou pela moratória acordou com a instituição financeira não pagar a totalidade das prestações, que inclui o capital e os juros. O que acontece é que os juros não são perdoados. Logo, irão ser englobados no valor global do crédito, que é também estendido por um período de tempo igual ao da moratória. Contas feitas, o montante em dívida aumenta, assim como aumenta o prazo de pagamento do crédito.
O que mudou?
No final de março acabaram as moratórias privadas, o que significa que cerca de 80.000 créditos passaram a vencer prestação já em abril. É certo que ainda há muitos contratos de crédito habitação que irão durar até setembro e há já alguma pressão para serem prolongados por mais algum tempo. De notar, no entanto, que prolongamentos sucessivos acabam por gerar habituação o que desincentiva as famílias a mudar e a adaptar as suas vidas financeiras.
O que podemos fazer?
Ao acabarem as moratórias teremos de voltar a pagar as prestações. Logo, temos de garantir que existe espaço no orçamento familiar para fazer face ao pagamento. Pode acontecer que não tenha dificuldades, o que é bastante bom. Mas caso preveja que vá ter alguns obstáculos, deixamos alguns caminhos a seguir:
Não deixe o problema rebentar - A primeira ideia, e que está na base das restantes, é que temos de atuar de forma preventiva. Ou seja, deveremos procurar prever os problemas e encontrar soluções antes que seja tarde de mais. Isto vai passar por conhecer a evolução do seu rendimento e das suas despesas e encontrar formas de pagar a prestação. Se perceber que não o consegue fazer, sugerimos que contacte rapidamente o gestor de conta para encontrar soluções.
Carência de capital - Uma das estratégias que pode seguir consiste em pedir um período de carência de capital. Na prática, durante algum tempo irá pagar apenas os juros (o que garante que a dívida não aumente). Pode aproveitar este período para ajustar as suas finanças e cortar custos.
Prolongar prazos - Uma segunda estratégia consiste no aumento do prazo do seu contrato. Neste caso, continuará a pagar o capital e os juros mas a um ritmo mais lento. Passa a ter uma prestação mais baixa mas continua a amortizar as suas dívidas.
Consolidar créditos - Uma terceira alternativa passa por juntar os créditos todos num único crédito, aproveitando a redução das taxas de juro de mercado. Com esta estratégia aumenta o prazo mas garante que tem uma prestação mais baixa e que paga os seus cartões de crédito e outras dívidas de curto prazo. Use um simulador de crédito consolidado e faça contas.
Tenha os olhos postos em outras despesas
Sabia que muitas vezes o problema não se resolve de frente? Isto quer dizer que podemos achar que o problema consiste em cortar com o pagamento de um crédito mas existem outras fontes de maior desperdício. Podemos falar, por exemplo, de seguros desnecessários (o mais gritante é mesmo o seguro de vida do crédito habitação) ou de promoções que perdemos nos contratos de eletricidade e de gás. Daí dizermos que é fundamental conhecer as suas fontes de despesa para acabar com estas gordurinhas desnecessárias.
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