A pandemia viral de COVID-19 intensificou a discriminação e o preconceito contra a comunidade LGBTQI [sigla de lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais e intersexuais] e, um pouco por todo o mundo, são muitos os que criticam este retrocesso. Num artigo de opinião publicado no jornal britânico The Guardian, escrito a 18 mãos, artistas e ativistas como Elton John, David Furnish, Billie Jean King, Ilana Kloss, Ian McKellen, Skin, Edward Enninful, Frank Ocean e Helena Dalli alertam precisamente para esse facto.

"Este ano, precisamos do espírito de solidariedade e inclusão do orgulho LGBTQI mais do que nunca", alertam os autores do texto. "Independentemente dos eventos que o promovem se realizarem online ou não, necessitamos desse espírito de solidariedade, de inclusão e de aceitação na mesma. A pandemia viral agravou vulnerabilidades sistémicas que já existiam, que podem vir a ter consequências nefastas em termos sociais e económicos para as minorias a longo prazo", generaliza este grupo de reflexão informal.

Moda que promove a diversidade e a inclusão
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"Neste momento em que, no mundo, se exigem mudanças, temos de lutar por um futuro onde todas as pessoas, independentemente da sua raça e da sua origem étnica, da sua orientação sexual e da sua identidade de género, tenham a possibilidade e a oportunidade de viver livres de discriminações, de injustiças e de quaisquer outras formas de maus-tratos", defende o coletivo. Apesar de reconhecerem que, nas últimas décadas, foram muitos os países a registar progressos nesse sentido, também alertam para o muito que ainda está por fazer em sociedades que ainda os oprimem.

"Para muitos deles, o seu próprio lar não é um lugar seguro", alertam. "Há mulheres e crianças que são vítimas de violência doméstica e adolescentes obrigados a viver com famílias hostis e abusivas, que se recusam a aceitar a sua condição, sendo mesmo vítimas de comportamentos homofóbicos ou transfóbicos. Muitas instituições e organizações não-governamentais que trabalham com a comunidade LGBTQI aperceberam-se que, no período de confinamento, a violência contra eles aumentou", critica o grupo de ativistas.

"É necessário agir rapidamente", apelam. "A nossa missão coletiva deveria ser combater a discriminação e os seus efeitos nocivos na sociedade com a mesma determinação com que temos vindo a enfrentar esta pandemia", alerta o coletivo. "Acabar com o isolamento e com o secretismo forçado que muitos dos elementos desta comunidade continuam a ter de enfrentar é a chave para a inclusão das pessoas LGBTQI, que durante a atual crise ainda se sentem mais marginalizadas pela sociedade", defendem os ativistas internacionais.