A primeira Lua cheia de Caranguejo-Capricórnio, a 22 de junho (este ano tivemos duas neste mesmo eixo) – esteve quadrada a Neptuno. Agora, a 21 de julho, o Sol em está em trígono e a Lua em sextilo: fechou o círculo. Da ilusão à verdade, ou da renúncia à vitoria.

Estes dois signos são também dois portais (Platão chamou-os de 2 bocas): Caranguejo e Capricórnio.
Caranguejo, a primeira boca, é o portal por onde as almas "descem"; Capricórnio é o portal através do qual as almas ascendem, para a sua condição divina manifesta.
Caranguejo representa a tribo de Issacar no Antigo Testamento (como Jesus é o Leão, da tribo de Judá). Al Sartan é o nome árabe para o signo de Caranguejo, que significa “aquele que segura”. Como as tenazes do caranguejo, o animal.
Agarrado a quê? Ao que sente!
À teimosia emocional própria deste signo, tão ativado pelas correntes lunares subterrâneas do inconsciente.

Podemos nelas ficar a debater-nos a vida inteira... ou, como os golfinhos, subir em espirais em direção ao alto... da montanha.

Capricórnio é representado pela cabra que trepa à alta Montanha; é objeto de sacrifício. Salmos 104:18- “Os altos montes são um refúgio para as cabras-monteses”...
Nos zodíacos antigos, este símbolo de Capricórnio era parte peixe (a cauda) e parte cabra. Associada à mente carnal (hemisfério esquerdo do cérebro) que tem que ser sacrificada para que possamos atingir a mente superior, o lado/hemisfério direito, ou, simbolicamente - pois tudo é metafórico nos textos sagrados/herméticos - a ovelha.

A Cabala diz que Deus tem a sua morada no grande oceano - onde os peixes residem.
Neptuno, Deus do Mares é o regente esotérico de Caranguejo, que fala dessa sabedoria divina, dessa recetividade profunda à via do espírito.
Daí que esta fase de Luas cheias neste eixo nos tenha, pelos desafios neptunianos de mal-estar, confusão, dissolução, perda, descontrolo, desafiado a aprofundar a nossa espiritualidade. Tem feito meditação?

Esta segunda Lua cheia em trígono a Neptuno, traz o entendimento consciente do que precisamos fazer e agora, em conjunção (e oposição) a Plutão, demanda essa sacrifical iniciação.
Não há retorno ao passado… o que é que nos custa - e muito mesmo - mas que sabemos que tem que ser feito, para o nosso bem e o dos outros?

A alma, “isso que em nós sente” como dizia a amada Maria Flávia de Monsaraz, conduzindo-nos através do sofrimento que o vazio da nossa condição lunar, dissociada, produz, tenta levar-nos à aceitação dessa solidão existencial.
Pela aceitação, a nossa dolorosa auto-rejeição - que é rejeição da vida em nós, campo das muitas feridas da condição humana - pode curar-se, restaurando-se a unidade a que aspiramos.
Espiritualidade é, assim, a arte de restaurar a unidade, a nossa inteireza de ser. Tornar inteiro, é cura, o processo da divisão, da dualidade à unidade das nossas naturezas humana e divina.

Com Marte acabado de se conjuntar com Úrano, temos tido reatividades, impulsividades, hiperatividades, disrupções, violências e rebeliões.
Aproveitemos este signo Yin, Caranguejo, para canalizar essa imensa energia para dentro e aí fazer a maior revolução: a do nosso próprio Nirvana. E não precisa ser 100% do tempo ?; bastam alguns minutos de meditação por dia.

E com tantos planetas nos últimos graus (ou no grau zero) dos signos, é mesmo uma fase de conclusão de processos mais antigos; pode ser um adeus, um fim, uma dissolução, uma libertação, uma mudança profunda, uma transição definitiva entre fases novas.
Só com a oferta sacrificial da “cabra rasteira ou mente inferior”, pode haver ascensão da consciência.
Como se faz? Meditando!

Com Mercúrio em quadrado a Úrano, não me admira nada que neste fim de semana da Lua cheia, acontecessem surpresas, notícias reveladoras, insights fecundos. Tome nota, reflicta, aceite a sabedoria. Com humildade e a gratidão possível.

Em grego, há 5 estágios de consciência, relacionados com os elementos: Terra, Água, Ar, Fogo e a Mente renovada.
A Mente carnal (Terra) sujeita à Água da Verdade Divina, esvazia-se no Ar (cabeça de vento, é cabeça onde o Vazio habita), ascende à consciência acima dos pensamentos, onde fica então exposta ao Fogo do Espírito Santo, e se transforma na Mente Renovada. Este é o real processo do batismo, ou o real batismo, da Água, ao Fogo, que João Baptista anunciou.

Esta estação de Caranguejo trouxe questões de família; de afetos, de pertença ao clã, de proteção e amparo aos vulneráveis.
De medos que (re)ressurgiram das profundezas, de raízes que se voltaram a nutrir bem dentro de nós.
De casa, lar, que é onde mora o coração. É tempo de irmos às águas – dos rios, fontes, mares, nascentes ou tanques - fluir com a sua cristalinidade, trazer para o corpo a lição da Alma, que ensina a não resistência, a aceitação da espera como o tempo de ser encontrado pelo Céu dentro de nós.
O que procuramos, também nos busca. Não é aquele "fluir" que esconde a irresponsabilidade de quem não se compromete com nada, mas a sabedoria espiritual que diz sim ao movimento que a vida é em nós.

Neptuno, regente esotérico - do nível da alma - de Caranguejo, é para mim, como a Grande Mãe Cósmica, a dimensão Oceânica/Universal da máxima presença disponível para que a vida, a criação aconteça. Tempo privilegiado para acedermos ao mistério, para comungarmos com a Mãe Divina e aceitarmos, recetivos e batizados, as suas maravilhosas bênçãos!

Abençoada lunação!
Com afeto,

Vera Leal FemininoConsciente EViagens

https://www.facebook.com/VeraFariaLealInternational

Instagram: vera_faria_leal