Nos meses de maior frio, à semelhança de outras épocas do ano, a febre é uma das preocupações mais frequentes dos pais, sobretudo se têm crianças pequenas, mas as mais velhas também são problema. Porém, ao contrário do que muitas vezes pensam os pais, para o pediatra, numa criança previamente saudável, não é a febre isolada, mesmo que elevada, o sinal preocupante. Existem outros sintomas a ter em conta.

Os sinais de doença que mais preocupam o pediatra baseiam-nos no tipo de choro, reação à estimulação paterna e ao meio ambiente, estado de consciência, respiração e alteração na pele. «Quanto ao choro é importante avaliar se é pouco rigoroso, gritado ou do tipo gemido», explicou publicamente Ana Serrão Neto, enquanto coordenadora do serviço de pediatria do Hospitalcuf Descobertas.

«Na reação ao meio ambiente, é preciso verificar se o bebé que chora se consola ao colo dos pais ou presta atenção aos brinquedos», defende a médica. «Os pais devem também observar se a criança está irritada, pouco reactiva, se tem falta de ar e se está rosada como habitualmente ou arroxeada/acinzentada», acrescenta ainda esta especialista. Em caso de febre, a pediatra recomenda conselhos práticos.

«Dispa as roupas quentes ao seu filho e deixe-o com roupa fresca», sugere. «Utilize o antipirético indicado pelo seu médico na dose por ele prescrita. Como complemento do antipirético, em especial se o seu filho tiver menos de cinco anos, pode dar-lhe um banho de água tépida (cerca de dois graus abaixo da temperatura corporal), pois a febre baixará mais depressa», assegura Ana Serrão Neto.

A alimentação é outro dos cuidados a ter. «Durante o período febril deve dar mais líquidos ao seu filho e não insistir com ele para comer», aconselha. No caso da criança ter menos de três meses, registar uma febre de 40º C, estiver murcha, muito irritada ou a gemer muito, se tiver falta de ar ou manchas na pele e se mantiver febre mais de três dias, não hesite em contactar o seu médico assistente ou levá-a a um pediatra.