Em entrevista transmitida em direto na rede social Facebook, o secretário de Estado adiantou à revista Forum Estudante que esta é uma das medidas para tentar contornar as desigualdades sociais criadas pela pandemia de covid-19 e o atual contexto de confinamento, que mandou todos os alunos para casa, onde nem todos têm as melhores condições para uma aprendizagem à distância, mas onde também faltam bens essenciais que a escola assegurava.

“Logo numa necessidade muito básica a nossa preocupação foi continuar a fornecer as refeições aos alunos do escalão A da ação social escolar (ASE) e agora vamos alargar às do escalão B, porque sabemos que muitas vezes, para muitas crianças a única refeição que têm no dia é a refeição que têm na escola”, disse João Costa.

O governante referiu o trabalho colaborativo da Educação com outras áreas do Governo, como as Migrações, a Cidadania e Igualdade e a Segurança Social para “garantir por todas as vias que estes alunos” que precisam de mais proteção e apoio “não ficam sozinhos”.

“Nós sabemos que a escola tem uma função importante de alguma proteção social. Infelizmente, nós sabemos que há lares onde há violência, onde há negligência, onde não há comida e a escola é um grande apoio para a identificação destes casos, para ajudar as famílias e para identificar por vezes até situações de violência que precisam de proteção especial. Angustia-me um pouco pensar que este elo de ligação, este elo de proteção, à distância não funciona tão bem”, disse.

João Costa referiu “inúmeras parcerias e disponibilidades” para apoiar estes alunos, vindo de empresas como os CTT, mas também de organizações não-governamentais (ONG), com as quais as escolas se têm articulado para chegar a bairros “onde é mais difícil” chegar, mas também as autarquias, “estruturas de proximidade” com as quais, em conjunto com as comissões de proteção de crianças e jovens se tem tentado encontrar “o máximo de soluções” para chegar a esses alunos.