O terceiro e último dia da ModaLisboa ficou marcado mais uma vez, pelo excelente tempo que se fez sentir na cidade e também pelas propostas apresentadas pelos designers portugueses.

O dia começou com o tão aclamado desfile de Nuno Gama sob o mote ‘Mutantes’, que ao contrário das edições anteriores, optou por uma instalação e colocou vários músicos no centro da passerelle, enquanto os modelos envergavam as suas roupas, que podiam ser vistas de qualquer ângulo.

Seguiram-se as propostas de Andrew Coimbra, da plataforma LAB, para o próximo outono/inverno que tiveram como base a arte de saber vestir-se sem se levar demasiado a sério. Foi possível observar na coleção o toque característico de streetwear, conjugado com silhuetas luxuosas dos anos 70.

O desfile de Gonçalo Peixoto, plataforma LAB, ficou marcado pela exuberância de cores e materiais que redefiniram a silhueta feminina. O toque cinematográfico e de street style revela ainda uma mulher que pretende contar a sua história através do que veste.

Olga Noronha surpreendeu tudo e todos ao apresentar a coleção ‘Flourish’ de uma forma um pouco diferente do habitual. A apresentação foi feita por um bailarino que enquanto dançava ia brincando com uma espécie de areia, que acabou por revelar imagens de flores escondidas nos vestidos de quatro modelos dispostas pela passerelle, tudo isto ao som da música Beija Flor de Timbalada.

Powered by Portugal Fashion, Nycole apresentou uma coleção sob o tema ‘Persona’, que partiu de inspiração do álbum do DJ Rival Consoles. As peças representam o universo do futebol, devido ao espírito e união dos jogadores com os adeptos. Uma coleção masculina onde os tons recaíram nos vermelhos, beges, brancos, cinzas e pretos com apontamentos de cor.

Para esta coleção Ricardo Andrez teve como prioridade criar peças sustentáveis que consigam fazer com que o público ganhe mais atenção para este tema. Todas as peças produzidas pelo designer foram realizadas a partir de materiais sustentáveis, nomeadamente tecidos que estavam parados em stocks e até mesmo, deixados sem utilização. Os tons fortes e os tecidos estampados foram o destaque da coleção.

Na vez de Aleksandar Protic pisar a passerelle, o designer optou por fazer uma continuação da coleção de primavera/verão, após ter visto o documentário ‘Cobra Gypsies’, que retrata a vida de uma tribo indiana nómada. A paleta de cores envolvida nesta coleção, os azuis, pretos, amarelos e estampados, foram o resultado das pessoas e da vida desta tribo.

E o dia chegou ao fim com o tão aguardado e excêntrico desfile de Dino Alves. O designer encerrou a passerelle da ModaLisboa com a coleção ‘Reação’ um manifesto à forma como se deve reagir a várias situações que se passam no planeta e como a moda tem um papel importante e decisivo neste fator. A presença de peças com folhos, mangas balão, calças à boca de sino e mensagens alusivas a tudo o que se passa ao nosso redor, caracterizaram da melhor maneira o intuito de Dino em manifestar a sua criatividade sem abrir a boca. O final do desfile teve ainda uma “surpresa” uma pequena manifestação, que serviu para abrir os olhos para usarmos aquilo que gostamos de forma a expressarmos-nos contra tudo o que se passa no mundo.

A 52ª edição da ModaLisboa chega assim ao fim com três dias repletos de muitas propostas para o próximo outono/inverno 19/20. Não perca nada do que se passou por lá aqui.

Até outubro!