O regresso às aulas (e ao trabalho) é um período desafiante para muitos. Não obstante a pressão que os alunos do secundário sentem para obterem boas notas que lhes permita o ingresso no Ensino Superior, são justamente os alunos que entram (ou já estão) no Ensino Superior que experienciam mudanças significativas nas suas vidas. Para muitos, a Universidade é fase áurea da vida. Para outros, é um tormento.

Existem inúmeros estudos que evidenciam que alunos do Ensino Superior sofrem de ansiedade e depressão, recorrendo ao uso de substâncias (ex.: cannabis, tabaco, álcool) para se sentirem integrados ou como forma de escape à sintomatologia intensa que experienciam e aos pensamentos negativos que os levam a questionar se estão a fazer as escolhas certas. Comportamentos obsessivos e perfeccionistas, assim como um decréscimo da autoconfiança e autoestima podem ser verificados nesta fase repleta de experiências ambivalentes.

Um dos problemas mais comuns entre os jovens é a inexistência de métodos de estudo e de gestão de tempo quando entram na Universidade ou no mercado de trabalho.

Comecei a investir na gestão de tempo em 2012, quando iniciei um conjunto de workshops para núcleos de estudantes que procuravam gerir o seu tempo de modo a aumentarem a sua produtividade. A vontade de aprenderem a conciliar a formação académica com a acumulação de várias funções, dentro e fora da universidade, e a necessidade de fazerem uma transição funcional para o mercado de trabalho eram as principais motivações da procura de formação nesta temática, mas não eram exclusivas. Rapidamente percebi que não eram apenas alunos de licenciaturas e mestrados a frequentarem os workshops, mas também investigadores, alunos de doutoramento e docentes. A determinada altura parece que todos padecemos do mesmo problema: uma enorme dificuldade em priorizar as nossas tarefas, colocando em causa a nossa capacidade de resposta e a nossa saúde mental.

Desde então, tenho vindo a expandir esses workshops para outras universidades e entidades, através de eventos presenciais e online, que acabaram por ser potenciados pela pandemia. Foi assim que reuni muitos dos conteúdos que leciono e compilei-nos no livro Aumenta a tua produtividade: simplifica a tua vida e desenvolve a mestria na gestão do teu tempo. Trata-se de um livro de autoconhecimento que partilha estratégias de autogestão, com resultados efetivos. Nele encontram-se ferramentas, exercícios de introspeção, dicas, matrizes e planilhas que todos podem usar e testar.

Gerir o tempo é muito mais do que planear o dia, a semana, o mês ou o ano – exige o desenvolvimento concomitante da própria pessoa e o estabelecimento claro de objetivos pessoais. Não basta ter uma agenda e organizar as tarefas. Uma gestão de tempo eficiente está ligada a tópicos como a autoestima, qualidade de vida, sucesso, comunicação, regulação emocional e até saúde. Entender estas interconexões é um passo importante.

Como aprender a gerir o seu tempo?

Deixo-lhe aqui alguns eixos norteadores:

  • Autoconhecimento – É o pilar sem o qual nunca conseguirá perceber porque é que não está a conseguir obter os resultados desejados ou a razão pela qual os livros de autoajuda que lê não são eficientes.
  • Avaliação – Fase em que deve recolher informação para perceber onde é que está a desperdiçar o seu tempo e o que pode fazer para o rentabilizar.
  • Organização do espaço e do trabalho – uma área limpa e organizada facilita o acesso a tudo o que precisa e diminuirá os seus níveis de stresse, mantendo tudo sob controlo. Uma mente organizada requer um espaço organizado.
  • Planeamento – Use tabelas ou planilhas para agendar tarefas com antecedência. Isso ajudará a garantir que dedica tempo a mais atividades que não apenas o trabalho ou as obrigações diárias, mas também a atividades que lhe dão prazer.
  • Objetivos e Priorização – Defina os seus objetivos e divida os objetivos de longo prazo em micro objetivos. Além de ver resultados e de o manter motivado, também lhe dá a oportunidade de redefinir a estratégia, se precisar. A priorização também reduz a probabilidade de procrastinar.
  • Pausas e recompensas – Vários estudos mostram que fazermos pausas aumenta a nossa concentração e melhora o humor. Considere fazê-las ao longo do dia e adie as recompensas para sentir que realmente as merece.

Se quer aprender a gerir melhor o seu tempo, ou simplesmente quer descobrir algo novo sobre si, procure ajuda. Garantidamente, terá acesso a instrumentos e ferramentas personalizadas que podem trazer-lhe resultados diferentes!