Não se sabe exatamente de que forma o exercício aumenta a imunidade a certas doenças, mas existem várias teorias. Há médicos e especialistas que garantem que ajuda a expulsar as bactérias dos pulmões, diminuindo a hipótese de uma constipação, gripe ou outra doença respiratória. Há também quem defenda que o aumento temporário da temperatura corporal pode impedir o crescimento bacteriano, permitindo que o corpo lute contra a infeção de forma mais eficaz (semelhante ao que acontece durante a febre). O atraso na libertação de hormonas relacionadas com o stresse é outro dos benefícios apontados.

Para algumas correntes, a prática regular de atividade física aumenta a taxa de circulação sanguínea, fazendo com que as células do sistema imunológico se movimentem pelo organismo, detetando e destruindo eventuais infeções mais rapidamente. O aumento da taxa de circulação do sangue, também referido por especialistas, pode ainda desencadear a libertação de hormonas que avisam as células do sistema imunológico da intrusão de bactérias ou vírus. Como este impulso dura apenas algumas horas, o exercício deve ser regular para serem obtidos mais efeitos a longo prazo.

No entanto, atividades físicas extenuantes a longo prazo (como a maratona, um treino intenso no ginásio ou um jogo de futebol enérgico) «deprimem o sistema imunitário e pode criar uma janela de oportunidade para a doença (especialmente infecciosa e oncológica)», refere Manuel Santos Rosa, professor catedrático de imunologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Duarte Galvão, fisioterapeuta e docente de Fisiologia do exercício na Escola Superior de Saúde Egas Moniz, indicou à Prevenir um programa moderado de exercício, recomendado à maioria das pessoas, que consiste em:

- 20 a 30 minutos de caminhada diária.

- Andar de bicicleta três a quatro vezes por semana.

- Ir ao ginásio nos restantes dias.

Texto: Carlos Eugénio Augusto com colaboração e revisão científica de Manuel Santos Rosa (professor catedrático de imunologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra) e Duarte Galvão (fisioterapeuta e docente de fisiologia do exercício na Escola Superior de Saúde Egas Moniz)