Pode optar por realizar um plano com exercícios dentro de portas mas, se costuma correr, isso vai deixar uma sensação de vazio. Por isso, e como, salvo raras exceções de condições climatéricas extremas, correr à chuva não faz mal, convém estar preparado. É essencial adaptar roupa e calçado às condições meteorológicas.

Muita roupa não é, necessariamente, sinónimo de se manter mais quente. Pelo contrário. Quanto mais roupa, mais pesado e difícil secar. Por isso, ficam alguns conselhos práticos para um plano de exercício à chuva. Coisas que aprendi com o professor de educação física e ainda hoje são bastante úteis.

Acompanhamento profissional

Este será sempre o primeiro conselho para quem quer praticar exercício físico. Os atletas profissionais contam sempre com preparadores físicos e treinadores por uma razão. São quem melhor sabe como tirar o maior partido do corpo e o que fazer para evitar lesões e problemas de saúde. Por isso, consulte um especialista para o ajudar a desenhar o seu plano de exercícios.

Adapte as roupas e calçado às condições climatéricas

Tal como acontece quando está calor, convém adaptar a roupa e calçado que vai usar consoante o estado do tempo. Se chover, opte por roupas leves, sintéticas, de secagem rápida. Há muitas opções nas lojas de produtos desportivos. Escolha também calçado que não ensope e que tenha sola antiderrapante. Com chuva há mais probabilidades de escorregar e contrair uma lesão. Depois do treino deixe secar bem o calçado.

Use também um corta-vento, um gorro e proteção para os olhos. Com a chuva há a tendência de baixar a cabeça e inclinar o corpo para a frente, para evitar a entrada de água nos olhos. Essa má postura (principalmente em exercícios mais prolongados) pode contribuir para lesões na coluna.

Trocar de roupa logo que termina o exercício

Evite deixar a roupa secar no corpo. As modernas licras sintéticas secam muito rápido, além de manterem o corpo quente, mas, de qualquer forma, tome um banho e troque de roupa o mais rápido que conseguir após a prática de exercício físico.

O mito das gripes

As gripes e constipações, de acordo com os especialistas, são contraídas quando o sistema imunitário está vulnerável e têm origem em vírus. Por isso, o frio, por si só, não provoca gripe. De qualquer forma, convém estar bem nutrido de vitaminas, e seguir o conselho anterior.

Cuidado com o percurso

Certamente tem um percurso de corrida habitual mas, nestes dias, opte por ter um plano alternativo, principalmente se este incluir planos muito inclinados (com chuva pode potenciar a famosa escorregadela); irregulares; lamacentos e utilize os elementos refletores se correr perto de uma estrada.

O melhor mesmo, como a meteorologia pode ser imprevisível, será definir um trajeto mais próximo de sua casa que permita chegar a abrigo mais rapidamente.

Adapte o treino

Os conselhos anteriores já contemplam uma adaptação em caso de chuva mas nunca é demais lembrar que convém aplicar técnicas diferentes conforme a meteorologia. Se estiver a treinar para uma prova, ou se costuma participar, certamente já teve de enfrentar uma mudança de sol para chuva, ou o oposto. Isto pode influenciar bastante o desempenho.

Mantenha-se hidratado

Com chuva poderá sentir que pode dispensar a hidratação mas está a cometer um erro. Mantenha-se bem hidratado pois o corpo transpira e perde água mesmo em dias de chuva.

Bom aquecimento

Este conselho serve para qualquer condição meteorológica. Faça um bom aquecimento antes de ir correr com chuva. O piso escorregadio ou um buraco escondido pela água são propícios para os entorses que podem transformar a sua sessão de treinos numa ida ao hospital e uma paragem por tempo indeterminado.

Nunca será demais lembrar a importância de consultar um especialistas para adequar o exercício físico e as necessidades de hidratação a cada indivíduo.

No ano passado, um estudo publicado na revista espanhola Nutrición Hospitalaria, lembra que "é preciso avaliar a frequência adequada de atividade física necessária para cada indivíduo, e conhecer qual é a ingestão ideal de líquidos, para alcançar a máxima eficiência do exercício e assim prevenir doenças cardiovasculares e inflamatórias, bem como ajudar a perder peso".

Segundo é salientado nesta publicação científica, atualmente, "o exercício físico está a ser utilizado como se fosse um medicamento para promover hábitos saudáveis e reduzir o risco de certas doenças, mas é necessário, tal como se faz com a medicação, ser feita uma avaliação da dose, frequência e duração para se obter a máxima eficácia".