Somos seres sociais e relacionais e, por isso mesmo, precisamos de amigos. Em todas as fases da nossa vida, os amigos de uma forma ou de outra dão-nos estrutura e dão-nos suporte de modo próximo e sintónico.

Desde que somos crianças que os amigos são fundamentais. São numa primeira fase uma alavanca do nosso desenvolvimento, levando-nos a desafiarmo-nos, a interagirmos e sairmos da nossa zona de conforto.

Na adolescência assumem um papel ainda mais importante permitindo a individualização e facilitando a autonomia familiar.

Mas, ao longo do nosso crescimento e à medida que nos vamos tornando adultos, vamos adquirindo a capacidade de selecionar os nossos amigos e de tornar os círculos de amizade mais restritos, porque vamos percebendo que os amigos têm um valor especial e que, por isso mesmo, nem todos podem ser chamados de amigos.

É verdade que os amigos podem ser de diversos tipos, podem assumir vários papéis e ser de diversos contextos, mas têm sempre em comum a capacidade de amortecer os embates da nossa vida e de impulsionar a nossa melhor versão. Com isto, não significa que os amigos não nos interpelem, não introduzam o contraditório, significa que, independentemente da situação, estarão lá.

Assim, se formos capazes de nos dar a conhecer por inteiro aos nossos amigos, se formos capazes de aceitar conhecê-los nas suas melhores versões e nas suas piores versões, estaremos certamente a consolidar uma amizade que será um pilar para os nossos dias e que será uma fonte de estabilidade e de segurança nos dois sentidos.

Qquando uma amizade é firme e sólida, sem dúvida que funciona como uma grande almofada que não só ampara as nossas quedas e as nossas mágoas, mas também nos alimenta e nos dá vida, assegurando o terreno necessário para a nossa saúde mental e para o nosso bem-estar.

Por tudo isto, todos nós devíamos tirar um bocadinho do nosso tempo para dedicar aos nossos amigos, a cuidar deles e deixá-los cuidar de nós.