António Costa transmitiu esta posição no final de uma visita de cerca de uma hora às unidades de saúde de Alvalade e Parque, em Lisboa, destinada a assinalar o início do processo de vacinação contra a covid-19 de cidadãos com mais de 80 anos, ou com mais de 50 anos e com patologias associadas.

Acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, o líder do executivo defendeu que "esta nova fase do processo de vacinação em Portugal é agora muito mais exigente, abrangendo um universo estimado em 900 mil pessoas".

"Esta nova fase vai exigir uma grande mobilização de todas as unidades de saúde", acentuou António Costa no seu breve discurso, antes de dizer que, até agora, mais de 400 mil pessoas já tiveram a primeira toma da vacina, entre profissionais de saúde considerados prioritários, assim como utentes e pessoas que trabalham nos lares de outro tipo de residências para idosos.

De acordo com o primeiro-ministro, o processo de vacinação "dá agora um grande salto, começando a chegar a uma população muito mais diversificada e recorrendo a espaços menos confinados, como são os casos dos lares ou dos hospitais".

"Vamos ter dois meses de trabalho muito exigente e que será fundamental para preparar a fase seguinte - aquela em que já estiverem vacinadas todos as pessoas com mais de 80 anos, ou mais de 50 anos e com patologias associadas, e em que se começamos a dirigir-nos à população em geral. Aí vai ser um desafio ainda muito mais complexo e que será limitado pela quantidade de vacinas disponíveis", frisou.

António Costa considerou que neste momento assiste-se a "um esforço muito grande" por parte da Comissão Europeia para conseguir que a indústria farmacêutica cumpra os contratos e aumente a sua capacidade de produção, de forma a ser possível acelerar o processo de vacinação em curso.

Neste ponto, o primeiro-ministro advogou que a vacinação "é a única forma de se erradicar" a atual pandemia de covid-19.

"Temos excelentes profissionais de saúde a tratar quem tem de ser tratado nos hospitais internados, ou que acompanham os doentes que felizmente podem continuar em casa, mas a vacina é a garantia de que vamos mesmo erradicar esta pandemia", reforçou.

Ainda segundo o líder do executivo, um sinal da confiança que os portugueses "depositam no Serviço Nacional de Saúde è a adesão que têm manifestado em termos de vontade de serem vacinados".

"As pessoas dizem que sim, que querem ser vacinadas", acrescentou.

Em Portugal, morreram 13.017 pessoas dos 731.861 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado na terça-feira.