“Neste momento, a incidência de novos casos de covid-19 começa a cair em Portugal, quer em termos da média a sete dias, quer em termos da média a 14 dias, e isso resultou de um esforço significativo em termos de cumprimento de regras de saúde pública”, declarou a governante, falando numa audição na comissão de Saúde Pública do Parlamento Europeu.

Frisando que, “jamais se pode esquecer a importância das regras de saúde pública e da adesão dos cidadãos à sua boa aplicação”, Marta Temido antecipou ainda mais “semanas difíceis pela frente”.

“E nessas semanas procuraremos fazer o melhor com os nossos serviços de saúde e sei que poderemos contar com as ajudas de vários países”, referiu a ministra.

Nesta audição sobre a presidência portuguesa da União Europeia (UE), numa altura em que Portugal enfrenta uma das fases mais graves no combate à pandemia, Marta Temido agradeceu a “disponibilidade que vários países e vários senhores deputados apresentaram” relativamente a eventual ajuda a Portugal neste “momento difícil”.

Além disso, alguns países “já nos fizeram chegar disponibilidade não só para acolher doentes de cuidados intensivos, caso tal seja necessário, mas também para partilhar informação, ajuda técnica, equipamentos, o que seja necessário”, destacou a governante.

E admitiu: “Neste momento, a dificuldade que temos todos, como sistemas de saúde, é mesmo o cansaço dos nossos recursos humanos, o nosso bem mais precioso para enfrentar esta pandemia”.

A Alemanha e a Áustria já se ofereceram, de forma bilateral, a ajudar Portugal devido ao elevado número de novas infeções e à saturação do sistema de saúde, nomeadamente nos cuidados intensivos.

No caso da Alemanha, uma equipa de assistência médica com 26 membros das Forças Armadas alemãs chegou a Portugal na quarta-feira para apoiar os profissionais de saúde do país e fornecer camas hospitalares e equipamentos médicos.

Por seu lado, a Áustria já se disponibilizou para tratar pacientes graves nos seus hospitais, caso necessário.

Esta terça-feira, a Comissão Europeia disse estar “pronta para ajudar” Portugal na crise sanitária criada pela pandemia de covid-19, podendo nomeadamente suportar os custos do destacamento de equipas médicas ou da transferência de pacientes, caso o país solicite tal assistência.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.269.346 mortos resultantes de mais de 104,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.