A gigante das pesquisas na internet reportou num blogue a ocorrência de numerosas tentativas de hackers de obter ganhos com a pandemia, visando nos seus ataques funcionários do governo e organizações internacionais que trabalham no combate à COVID-19.

"Uma campanha notável visou contas pessoais de funcionários públicos americanos, pagos pelo governo, com mensagens de 'phishing' que pareciam ter sido enviadas por redes de 'fast-food', relacionadas com a COVID-19", relatou Shane Huntley, do Threat Analysis Grupo (Grupo de Análises de Ameaças) do Google, que rastreia as ameaças de cibersegurança.

"Alguns e-mails oferecem refeições gratuitas ou vales de desconto, outros redirecionam para ditos sites de pedidos on-line, concebidos para obter os nomes de usuário do Gmail daqueles que clicam nos links", acrescentou.

Alguns hackers fazem-se passar por instituições de saúde para enganar as suas vítimas e fazê-las baixar 'malwares'.

Na semana passada, a Google já tinha informado ter detetado 18 milhões de mensagens relacionadas com a COVID-19 por dia pelo Gmail, além de 240 milhões de spams diários vinculados à crise sanitária.

A empresa, com sede na Califórnia, afirma ter condições para bloquear 99,9% destes ataques antes mesmo de estes atingirem o seu alvo. Por isso, anunciou nesta quarta-feira a disponibilidade de 200 mil dólares em subvenções para investigadores que vão ajudar a identificar as diferentes falhas e pontos fracos do sistema.

O ponto positivo é que o volume de ataques lançados por grupos apoiados por Estados não aumentaram. "Trata-se apenas de uma mudança de tática", explica Shane Huntley.

Este volume até diminuiu em março, um sinal de que "os hackers, como várias outras organizações, enfrentam a redução de produtividade e problemas ligados aos esforços mundiais de confinamento e quarentena".