O texto, aprovado pelas duas câmaras da Flórida, impede que sejam realizadas intervenções cirúrgicas de mudança de sexo em menores e que sejam administrados tratamentos como bloqueadores de puberdade ou terapias hormonais.

Esses métodos são utilizados na luta contra a disforia de género: a sensação de angústia que as pessoas cuja identidade de género difere do sexo biológico podem sentir.

O político de 44 anos, figura ascendente da direita americana, promoveu, nos últimos meses, uma agenda muito conservadora em assuntos relacionados ao ensino, à imigração e ao direito ao aborto.

A maioria republicana nas duas câmaras deu o seu apoio total à medida, diante do desestímulo dos democratas, incapazes de travar leis com as quais não concordam.

Durante o debate na Câmara Baixa, o congressista republicano, Ralph Massullo, afirmou: "Não podemos dizer que existe algo que não existe. Não podemos mudar de sexo", segundo declarações recolhidas pelo Miami Herald.

"E as crianças às quais este projeto de lei se dirige não podem mudar de sexo e necessitam aprender esse fato", acrescentou.

A iniciativa inclui uma exceção para menores que já estejam recebendo bloqueadores de puberdade ou terapia hormonal. Também endurece o acesso para os adultos, ao proibir qualquer financiamento público desses tratamentos e impedir que sejam receitados por consultas médicas virtuais, entre outras medidas.

A votação desta quinta-feira despertou o repúdio de associações como a Equality Florida, que defende os direitos da comunidade LGBTQIA+.

Esse projeto de lei "é um ataque à liberdade médica e à liberdade dos pais", disse, em nota, Jon Harris, o diretor de políticas públicas dessa ONG.

"Essa cruzada responde a aspirações políticas, mas tem consequências no mundo real para as famílias da Flórida", acrescentou.

Restringir tratamentos de mudança de género tornou-se um dos novos cavalos de batalha da direita americana.

Doze estados controlados pelos republicanos aprovaram leis similares à da Flórida nos últimos meses.