Estes dados constam da primeira vaga do relatório denominado “Vacinómetro”, iniciado em 2009, e que são obtidos através de questionários.

Trata-se de uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da empresa Sanofi, com “o objetivo de monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com os resultados da análise nacional desta primeira fase da campanha de vacinação, no grupo com 65 ou mais anos foram vacinadas 13,1% de pessoas, percentagem que sobe para 16,9 no segmento de 80 ou mais anos.

Das pessoas que responderam ao inquérito, realizado entre 10 e 16 de outubro, 11,9% dos vacinados pertencem à faixa de portadores de doença crónica, tendo a subanálise precisado que, deste grupo, 10,7% eram portadores de diabetes e 14,2% com doença cardiovascular.

Da população estudada 61,6% são homens e 38,4% são mulheres.

Na faixa entre os 60 e os 64 anos foram inoculadas 7,5% das pessoas (49,0% destas por iniciativa própria).

Segundo o relatório, entre os vacinados 6,5% são profissionais de saúde em contacto direto com doentes e a proteção das grávidas tem uma cobertura vacinal de 43,0%, sendo que 66,8% o fizeram por recomendação do médico.

O trabalho refere que entre a população vacinada com 65 ou mais anos, 33,3% é do Alentejo, 15% da Área Metropolitana de Lisboa, 13,8% da zona centro, 13,0% da região Autónoma da Madeira e 8,7% nos Açores.

“Do total do grupo de indivíduos vacinados, na amostra total estudada, os principais motivos que os levaram a vacinar-se foram 47,1% por recomendação do médico, 26,3% por iniciativa própria, porque procuram estar sempre protegidos, 13,8% no contexto de uma iniciativa laboral, 8,6% porque sabe que faz parte do grupo de risco de determinada patologia e 1,6% por recomendação do farmacêutico”, acrescenta.

A análise dá ainda conta de que, nesta primeira vaga, 5,8% do grupo dos 65 ou mais anos vacinados fizeram-no pela primeira vez este ano e que 69,2% das pessoas ainda não vacinadas pertencentes a esta faixa etária ainda tencionam fazê-lo.

De entre os doentes crónicos vacinados, 7,5% fizeram-no pela primeira vez este ano e 71,2% das pessoas não vacinadas pertencentes a este grupo têm intenção de vacinação nesta época gripal.

Já no caso dos profissionais de saúde, 11,1% foram vacinados pela primeira vez em 2023.

Por outro lado, do grupo com mais de 80 anos, 7,4% foram vacinados pela primeira vez e 91,7% dos inquiridos neste grupo não vacinados pretendem fazê-lo nesta época gripal.

Relativamente à coadministração das vacinas gripe e covid-19, 84,6% dos indivíduos dos grupos com recomendação optou por fazê-lo.

Na base desta decisão, segundo o inquérito, está o facto de 81,1% ter respondido: “Quero estar protegido/Considero que ambas são importantes para a minha saúde”; 11,2% referir que o médico recomendou a coadministração e 6,3% terá sido por fazer parte dos grupos de risco.

De acordo com uma norma da DGS, a vacinação contra a gripe é fortemente recomendada para os grupos prioritários em que se incluem ter idade igual ou superior a 60 anos; doentes crónicos e imunodeprimidos, com seis ou mais meses de idade; grávidas, profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados e doentes com determinadas patologias crónicas ou condições, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, doença cardiovascular, entre outras.