As auditorias realizadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) durante o ano de 2018, e que detetaram falhas de segurança em serviços de internamento de adultos, urgência, obstetrícia, pediatria e neonatologia dos centros hospitalares e universitários de Coimbra, Porto, Algarve e Évora, hoje noticiadas pelo jornal Público, "infelizmente vão ao encontro do que a Ordem dos Médicos tem vindo a dizer sucessivas vezes", diz a Ordem dos Médicos em comunicado.

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“O Serviço Nacional de Saúde trabalha na linha vermelha em todas as frentes. As deficiências são gritantes nas várias áreas, dos recursos humanos, aos equipamentos, passando pelo clima de insegurança que se sente nos nossos hospitais e centros de saúde”, lamenta o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendendo que “estamos, uma vez mais, perante o espelho do desinvestimento de sucessivos Governos no SNS”.

“Se o Ministério da Saúde não está a cumprir uma legislação que soma mais de dez anos e que diz respeito à segurança dos recém-nascidos na maternidade, não é difícil imaginar o que estará a acontecer de forma transversal, ainda mais em áreas que por ventura não tenham legislação específica. A insegurança nas maternidades é a ponta do icebergue. Se não zelamos pela segurança das nossas crianças por quem zelamos?”, questiona o bastonário da Ordem dos Médicos.

Médico esfaqueado 

Em fevereiro a Ordem condenou veementemente mais uma agressão a um cirurgião, que foi esfaqueado em pleno bloco operatório, enquanto realizava uma intervenção, sem ninguém que tivesse impedido que um doente ali entrasse.

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Já na altura Miguel Guimarães pediu que “o Ministério da Saúde tenha uma intervenção rápida e urgente, com medidas e políticas concretas que permitam devolver aos profissionais e aos utentes um Serviço Nacional de Saúde de confiança, segurança e qualidade em todas as suas vertentes”.

Dados recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS), referentes a 2018, referem que no ano passado foram notificados mais de 950 casos de incidentes de violência contra profissionais de saúde, tornando-se 2018 no ano com mais situações reportadas.

Em cerca de um quarto das situações as agressões ocorreram contra médicos.