Com a partida de muitas famílias para férias, o menu das crianças tende a ser alterado – e muitas vezes para pior, já que as refeições fora de casa duplicam e nem sempre existem opções saudáveis.

No seu suplemento para crianças, o El Mundo salienta a necessidade de manter os bons hábitos alimentares dos mais novos, com uma ingestão diária de frutas, verduras, laticínios, cereais integrais, proteínas e água.

Por que razão é tão importante que as crianças comam frutas e legumes? Além de fornecerem água, são alimentos cruciais para o crescimento e desenvolvimento, dizem os especialistas. É preciso escolher as opções mais atraentes para os miúdos e “tentar incorporar os menos desejados, pouco a pouco”. Os mesmos especialistas lembram que às vezes a rejeição a determinados frutos é explicada pela falta de educação em relação aos seus benefícios ou pela falta de hábito dos pais na ingestão dos mesmos. Assim sendo, “é importante que os miúdos vejam os adultos a comê-los, de forma a aprenderem com o exemplo”.

Em Espanha, muitos restaurantes já têm um menu infantil que respeita os requisitos da fundação espanhola de nutrição. A iniciativa chegou à cadeia McDonald's que se comprometeu a alterar a composição das Happy Meals, de forma a que a refeição não exceda as 600 calorias ou que a percentagem de tais calorias – provenientes de gorduras saturadas e açúcar - não vá além dos 10%.

O El Mundo dá conta de que os pais estão cada vez mais comprometidos com a alimentação dos filhos e por isso é hoje normal verificarem a composição dos produtos nos supermercados antes de os adquirirem, comportamento pouco comum há um par de anos e que ajuda à própria educação alimentar das crianças.

Recorde-se que o último relatório do Observatório Europeu para a Obesidade das Crianças (COSI) relativo ao período entre 2015 e 2017 revelou que os países do sul da Europa são os que registam taxas mais elevada de obesidade infantil, com a Itália, Chipre, Espanha e Grécia no topo da tabela. As mais baixas reportam a França, Noruega, Irlanda, Letónia e Dinamarca, sendo que Portugal apresenta uma melhoria notória de resultados.

A política de transparência alimentar tem sido fundamental também para as pessoas que sofrem de algum tipo de alergia ou doença alimentar. Os celíacos, por exemplo, têm cada vez mais opções de menu nos restaurantes. A maior parte das multinacionais aceitou e está a adotar esta tendência. “Concordamos com a posição da Organização Mundial da Saúde segundo a qual o excesso de açúcar prejudica a saúde”, disse o presidente da Coca-Cola, James Quincey, no relatório de sustentabilidade mais recente, citado pela revista brasileira Época Negócios.

A publicação revela que, nos últimos seis anos, no Brasil, a Coca-Cola reformulou 60 receitas – e em 42 reduziram o açúcar. A estratégia é a mesma na maioria das multinacionais: reduzir o açúcar, o sódio e a gordura, preservando o sabor. A Mars, dona de marcas como a Uncle Beans e o chocolate Twix, decidiu ir ainda mais longe: até 2021, pretende especificar em todas as suas embalagens se o produto deve ser consumido regular ou ocasionalmente - em 2016, a empresa surpreendeu ao anunciar que seus molhos já preparados deviam ser consumidos apenas semanalmente, nunca todos os dias.