“O sistema de saúde na Ucrânia está claramente sob tensão e o seu colapso seria uma catástrofe”, referem os diretores executivos de UNICEF, do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e Organização Mundial da Saúde (OMS) numa declaração conjunta hoje emitida e citada pela agência France-Presse (AFP).

Uma contagem da UNICEF documentou 31 ataques a serviços de cuidados de saúde que provocaram “pelo menos 12 mortos e 34 feridos”.

De acordo com relatórios do sistema de vigilância contra ataques aos serviços de saúde da OMS, em 24 destes incidentes as instalações ficaram danificadas ou destruídas, enquanto que em cinco houve destruição ou danificação de ambulâncias.

Segundo estas agências houve, desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, 4.300 nascimentos, estimando-se que 80.000 mulheres entrem em trabalho de parto durante os próximos três meses.

“O oxigénio e o material médico, incluindo para a gestão de complicações na gravidez, são perigosamente baixos”, acrescenta.

As três organizações pedem o fim imediato de “todos os ataques aos cuidados de saúde na Ucrânia” e criticam os ataques “horríveis” que estão a “forçar milhares de pessoas a renunciarem ao acesso aos serviços de saúde”.

“O direito humanitário internacional e os direitos humanos devem ser respeitados e a proteção dos civis deve ser a nossa prioridade máxima”, acrescentaram.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.