A ida ao dentista é, para muitas crianças e até adultos, um motivo de preocupação, muitas vezes motivado por medos associados a experiências negativas anteriores. Estes receios chegam mesmo a levar certas pessoas a evitar as consultas com o médico dentista, o que pode comprometer a sua saúde oral ao impedir a prevenção de complicações e a realização de tratamentos necessários. De facto, segundo dados do Barómetro de Saúde Oral, o medo é a quarta razão mais comum para os portugueses não visitarem o médico dentista.

“Ainda existem muitos medos associados às consultas de medicina dentária, nomeadamente na realização de determinados tratamentos ou até mesmo em outros procedimentos mais simples como a higiene oral em consultório. Para garantir que a saúde oral está em dia, é fundamental desmistificar estes medos e relembrar as pessoas da importância das consultas de rotina. Se queremos caminhar em direção a uma sociedade mais saudável, precisamos, enquanto profissionais de saúde, de conseguir que os pacientes confiem no nosso trabalho, e isso passa por garantir que a ida ao dentista não é assumida como um filme de terror”, começa por explicar Miguel Gouveia, Médico Dentista na Malo Clinic Lisboa.

“Os médicos dentistas têm formação para lidar com a ansiedade e os medos dos pacientes. Além disso, caso as técnicas de controlo comportamental não sejam suficientes para que o paciente se sinta confortável, existem sempre outras soluções e recursos, nomeadamente a sedação consciente, uma técnica não invasiva e segura que permite que os pacientes se mantenham tranquilos e cooperantes”, conclui.

Assim, Miguel Gouveia desmistifica alguns dos medos mais comuns associados à ida ao dentista:

1. Dor durante os tratamentos 

Um dos medos mais comuns relacionados com as visitas ao dentista é a expectativa de dor durante os tratamentos. Contudo, os procedimentos das consultas têm vindo a evoluir, com novas técnicas capazes de eliminar a dor durante os tratamentos. É exemplo disso a tecnologia Airflow, que proporciona sobretudo aos pacientes que sofrem de sensibilidade dentária uma experiência minimamente invasiva e indolor durante as consultas Higiene Oral, removendo a placa bacteriana, o tártaro e manchas da dentição. Com esta e outras inovações, o desconforto e a dor é, assim, minimizada nos tratamentos, aumentando o conforto do paciente.

2. Medo de injeções das anestesias

As anestesias são também um fator de ansiedade para muitos pacientes, que têm frequentemente medo de injeções. No entanto, existem várias formas de tornar este processo mais fácil e menos assustador para os pacientes. É importante compreender que, antes da anestesia, o médico dentista aplica sempre um gel anestésico no local que ajuda a reduzir o desconforto, adormecendo a área que vai receber a injeção. Assim, embora cada paciente tenha uma sensibilidade diferente, a sensação de dor é minimizada, o que permite realizar intervenções sem qualquer desconforto. Além disto, para tornar o processo mais fácil, recorrentemente o médico dentista utiliza técnicas de distração que desviem a atenção do procedimento.

3. Perda de controlo durante a consulta

É também comum que, ao pensar nas consultas, os pacientes sintam que não têm qualquer controlo em relação aos procedimentos do médico. A boca é um órgão muito sensível, e a utilização de certos instrumentos como brocas ou boticões pode desencadear um sentimento de vulnerabilidade. Para contornar esta situação é frequente que o médico dentista explique progressivamente todos os processos que vai realizando ao longo da consulta, estabelecendo uma comunicação eficaz e assegurando ao paciente que face a determinados sinais como o levantar a mão para indicar algum desconforto ou dor, será imediatamente realizada uma pausa.

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