Sente-se mal com alimentos que aparentemente são saudáveis? Come pouca gordura mas engorda? Procura comer saudavelmente mas a sua saúde está a ressentir-se? A resposta pode estar na forma como combina os alimentos! Esta teoria defendida por Herbert Shelton, um vegetariano convicto, na década de 1950, deu origem à dieta dissociada, que continua a ser sustentada atualmente por alguns médicos.
Este regime defende que ao ingerir-se o alimento X, o processo digestivo segrega um suco que pode ser incompatível com o tipo de suco segregado pelo alimento Y. Daí derivam muitos problemas de saúde como indigestões ou falta de assimilação de nutrientes. Não há todavia, ainda hoje, um consenso sobre esta teoria, elaborada pelo pacifista convicto, defensor das medicinas tradicionais (e) alternativas.
Enquanto alguns investigadores afirmam que não há qualquer argumento científico a certificá-la, quem a defende mostra que há pessoas em todo o mundo a segui-la. Especialistas do Conselho Europeu de Informação Alimentar afirmam que não existe nenhum indício científico que indique que o corpo necessite de separar as proteínas dos hidratos de carbono em diferentes refeições por ser incapaz de digeri-los juntos. O conceito de combinação de alimentos, contrário à teoria de Herbert Shelton, é mais antiga que outras dietas.
Tem uma origem nos trabalhos realizados por William Hay nos finais do século XIX e popularizou-se nos últimos anos graças a vários livros de dietas que associam alimentos distintos. Segundo este especialista, os humanos possuem um estômago e um intestino de longitude média que nos converte em omnívoros e nos torna capazes de digerir, em simultâneo, um bife (proteínas e gorduras) e batatas (hidratos).
Boas e más combinações de alimentos
Conheça, de seguida, a doutrina da dieta dissociada, os princípios que quem pretende perder peso deve seguir:
- Proteínas
A carne e o peixe devem combinar-se com legumes e nunca com leite, hidratos de carbono ricos em amidos, natas, manteiga e frutas.
- Hidratos de carbono
Tanto os amidos como os alimentos farináceos podem ser associados a hortaliças, mas é desaconselhado juntá-los a proteínas animais.
- Legumes e frutas ácidas
Devem ser ingeridos com outras frutas e hortaliças ácidas ou com leite ou nozes, que têm o mesmo o pH digestivo. Nunca com outros frutos secos.
- Gorduras
Com legumes ou frutos secos casam perfeitamente. Não os combine com proteínas mas, se o fizer, coma também hortaliças, pois ajudam a digeri-las.
- Outros alimentos
Herbert Shelton assegura que o leite de origem animal não nos faz falta depois da amamentação e que combina muito mal com quase todos os outros alimentos, à exceção dos ácidos, como os citrinos, o melão e a melancia, que não se digerem no estômago mas, sim, no intestino, logo não se deve misturar com alimentos que não sejam fruta. A dieta dissociada exclui completamente as conservas, os alimentos pré-cozinhados e a fast food.
As refeições ideais
Estas são as recomendações a seguir em duas das mais essenciais:
- Almoço
Opte por alimentos energéticos, tais como os hidratos de carbono. A este grupo pertencem os açúcares simples e os complexos, mas aposte sobretudo nos últimos que pode retirar dos cereais e derivados, leguminosas, tubérculos e legumes.
- Jantar
Escolha proteínas regeneradoras, pois este nutriente permite o crescimento dos tecidos do organismo. Está presente em diversos tipos de carne e peixe e nos ovos.
Exemplo de um menu dissociado
Organize a sua alimentação, de acordo com esta dieta a partir deste menu. Todavia, não a siga por mais de sete dias.
- Pequeno- almoço
1 iogurte natural + mel + 1 fatia de pão integral.
- Meio da manhã
1 sumo de laranja ou de toranja.
- Almoço
Prepare arroz com abóbora. Junte manteiga, vinho branco, um dente de alho, uma colher de natas light para cozinhar, um quarto de litro de caldo de carne e tempere com tomilho e alecrim + 70 g de pão de soja.
- Jantar
Linguado ao vinho com manteiga, sumo de limão, salsa, sal, pimenta e tomilho + salada de alface, alcachofra, cenoura ralada e azeite + 1 copo de vinho branco.
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