Na conferência que a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu, em 2009, para discutir as alterações climáticas, em Copenhaga, na Dinamarca, ficou acordado que, a partir de 2020, os países mais ricos passariam a transferir anualmente uma verba de 100 milhões de dólares, cerca de 85 milhões de euros, para apoiar as nações em vias de desenvolvimento a desenvolver iniciativas para reduzir as emissões de gazes poluentes e para combater o aquecimento global, procurando aproximar-se desse valor até lá.

Os últimos dados avançados pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) esta sexta-feira revelam, no entanto, que os apoios previstos continuam aquém das expetativas. Em 2018, não foram além dos 78 milhões de dólares, cerca de 66 milhões de euros. Os valores de 2019 ainda não foram apurados e, segundo a imprensa internacional, os de 2020 não deverão ser conhecidos antes de 2022. Entre 2017 e 2018, os apoios financeiros dos mais ricos aos mais pobres aumentaram 11%.

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Entre 2016 e 2017, o crescimento tinha atingido os 22%. As últimas análises avançadas pela OCDE mostram ainda que, entre 2013 e 2018, o montante de dinheiro emprestado pelos países mais ricos aos mais pobres passou dos 52% para os 74% enquanto que a percentagem de subvenções caíram dos 27% para os 20%. O setor energético foi o que absorveu, entre 2016 e 2018, a maior parte dos fundos, 34%, seguido do dos transportes, com 14%. A agricultura, a pecuária e as pescas não foram além dos 9%. A fatia destinada às iniciativas de água e saneamento básico ficou-se apenas pelos 7%. De acordo com o relatório da instituição, a Ásia, que recebe 43% das verbas transferidas, é a região do globo mais beneficiada.

Em segundo lugar, surge África, com 25%. A terceira posição é ocupada pela América, com 17%. Os países europeus que não integram a União Europeia receberam 4% do montante disponibilizado entre 2016 e 2018. À Oceania chegou apenas 1% do bolo. O documento da OCDE não revela o valor transferido por cada um dos países mas, desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 2016, as contribuições vindas do outro lado do oceano Atlântico sofreram uma quebra importante, segundo os analistas.