De um momento para o outro, invadiram dezenas de cidades mas, afinal, ao contrário do que muitos fazem crer, podem não ser tão ecológicas como inicialmente se pensava. Segundo um estudo divulgado pela revista Environmental Research Letters no início de agosto de 2019, elaborado por um grupo de investigadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, as trotinetas são, surpreendentemente, menos amigas do meio ambiente.

Depois de calcular as emissões de dióxido de carbono usadas para fabricar, transportar, carregar e mover estes veículos de mobilidade pessoal, os cientistas concluíram que deslocar-se de mota ou de autocarro é, ao que tudo (agora) indica, mais ecológico. Depois de analisar os meios de transporte elétricos de duas rodas disponibilizados pelas empresas Lime e Bird em Raleigh, capital da Carolina do Norte, não tiveram dúvidas.

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Devido a uma utilização inadequada e aos muitos atos de vandalismo de que são alvo, as trotinetas não têm, em média, um tempo de vida útil superior a dois meses, o que obriga os fabricantes a ter de reforçar a produção, o que acaba por ter consequências gravosas para o meio ambiente.

Muitas delas são fabricadas, em alumínio, na China e enviadas de avião, de barco e/ou de camião para os EUA e para a Europa, o que aumenta consideravelmente a sua pegada ecológica e obriga a uma extração acrescida deste material, o elemento metálico mais abundante da crosta terrestre.

Em comunicado, a Lime, uma das empresas visadas pelo documento, já reagiu publicamente à investigação, criticando-a. "Este estudo baseia-se, em grande medida, em suposições e em dados incompletos que acabam por interferir com os resultados [apurados pelos cientistas americanos]. Estamos convictos que a micromobilidade reduzirá a contaminação e mitigará as alterações climáticas", referem ainda os responsáveis da companhia.