Neste mês, também Quíron e Júpiter ficam retrógrados. É tempo de abrandar e mergulhar dentro de nós. Julho sabe a férias, para muitas pessoas, traz a oportunidade de viver mais momentos partilhados com a família e os amigos, e lembra-nos de aproveitar aquilo que a vida tem de bom para nos oferecer. O Sol atravessa o signo Caranguejo, que se destaca pela sua sensibilidade, pela intuição, pela imaginação e pelo seu apego às origens e, até ao dia 22, todos estes aspetos estão em destaque nas nossas vidas, seja qual for o nosso signo do Zodíaco.
Para além do facto de o Sol estar em Caranguejo, há um foco muito incisivo, neste mês, numa energia de abrandamento. Neptuno ficou retrógrado no dia 28 de junho, estando esta influência ainda muito presente, o que nos conduz para dentro de nós, para o nosso subconsciente, onde podemos encontrar as respostas de que precisamos. Marte entra em Touro no dia 5, o que significa que a energia de ação de Marte é condicionada pela ação lenta de Touro, um signo que pondera longamente antes de agir, que investe com força, mas demora muito tempo até dar o primeiro passo. Também no dia 5, Mercúrio entra no signo Caranguejo, ativando a imaginação e a criatividade, mas desacelerando os processos mentais. Caranguejo, tal como Touro, é outro signo que demora a agir, podendo até manifestar uma certa tendência para a inércia, a não ser quando se sente realmente motivado por algo.
Ainda neste mês, Quíron (o curador interior, que nos fala sobre as feridas que trouxemos de vidas passadas e que aprendemos a curar) também fica retrógrado, no dia 19, assim como Júpiter, o planeta da expansão e do alargamento de horizontes, que fica retrógrado a 28. Uma vez mais, há uma forte tendência energética que nos obriga a voltarmo-nos para dentro, a agir de forma introspetiva. Há muito para descortinar dentro de nós, há muito que é preciso questionar e processar antes que possamos voltar a expor-nos à luz do dia. A nossa energia de ação é dirigida para resolver as questões interiores que adiamos, que evitamos enfrentar, e que condicionam as nossas atitudes. Com o Sol e Mercúrio em Caranguejo e Marte em Touro, somos também chamados a aprofundar os laços que nos ligam àqueles que amamos, a cuidar melhor da nossa relação com os outros e, acima de tudo, connosco próprios.
No dia 14 de julho, a Lua Cheia em Capricórnio opõe-se ao Sol em Caranguejo e lembra-nos da necessidade de cumprirmos os compromissos que assumimos, assim como do peso das responsabilidades, o que pode deixar-nos mais introspetivos e até com o ânimo em baixo. Alguns relacionamentos podem enfrentar problemas nesta altura, vindo ao de cima questões que estavam esquecidas há algum tempo.
No dia 19, Mercúrio entra em Leão, começando a agitar a energia, trazendo maior dinamismo e vontade de pôr ideias em ação. No dia 22 o Sol também entra em Leão, o signo que rege, e a partir daí entramos num período de maior expansão, favorável à expressão de ideias e à partilha afetiva. A Lua Nova em Leão ocorre no dia 28, o mesmo dia em que Júpiter fica retrógrado, favorecendo uma renovação interior poderosa. Leão destaca-se pela sua garra, pela coragem e pela paixão com que abraça a vida e, num dia em que Júpiter, o planeta que nos empurra para a frente, "pára", temos a oportunidade de renascer com mais coragem, determinação e ousadia, seja em que aspetos for que precisamos de fazer uma transformação.
O mês despede-se com um aspeto que pode ser bastante intenso: a conjunção de Úrano, o planeta explosivo, com o Nodo Lunar Norte, o nosso sentido de direção e propósito. Pode haver acontecimentos muito marcantes, inesperados e despoletados por esta energia, tais como uma mudança abrupta de trabalho ou no curso que uma situação estava a seguir, um encontro ou reencontro com alguém que tem um profundo impacto na nossa vida e no nosso destino.
Em resumo, a energia de julho é serena mas intensa: ela convida a um mergulho dentro do nosso ser mais profundo, à compreensão daquilo que se esconde no mais íntimo do nosso ser, ao que nos condiciona e limita, ao que nos motiva e apaixona e, à medida que o mês avança, vamos progressivamente avançando rumo à superfície, até cruzarmos o céu rumo a limites que não ousávamos definir.
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